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Fronteira segue fechada e Evo lidera com diferença de 10,1% para Carlos Mesa

Leonardo Cabral em 24 de Outubro de 2019

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Fronteira entre os dois países segue fechada por tempo indeterminado

A fronteira de Corumbá com a Bolívia continua fechada em protesto à suposta fraude na eleição para presidente daquele país. O presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira, informou ao Diário Corumbaense que a faixa fronteiriça entre os dois países deve permanecer bloqueada até uma decisão do Comitê Pró Santa Cruz, que está liderando a mobilização em várias cidades.

Os manifestantes querem a realização do segundo turno da eleição, já que há suspeita de fraude. “Vamos seguir com a fronteira fechada, apenas é permitido o tráfego de pedestres. Já em relação às lojas comerciais, novamente abrem as portas até às 12h e depois fecham. Só atravessa a fronteira em caso de emergência, como ambulância”, explicou Marcelito Moreira.

A apuração

Os resultados parciais das eleições gerais na Bolívia geraram incerteza e tensão no país após a interrupção da contagem de votos. Até o momento segue a apuração, que aponta a diferença entre Evo Morales e Carlos Mesa, de 10,1 pontos percentuais, sendo que conforme estabelecido na legislação boliviana, esse número é suficiente para que não haja um segundo turno. Já foram computados 98,4% das urnas. 

Reprodução/ El Deber

Até o momento, com 98.4% das urnas apuradas Evo Morales vai apresentando os 10% de diferença contra Carlos Mesa

Na apuração oficial até o momento, o líder do MAS, Evo Morales, que busca a reeleição atinge 46,8% dos votos. Já o oponente, Carlos Mesa, do partido Centro de Ciudadana (CC) tem 36,7%.

Estado de emergência

Em entrevista coletiva, em La Paz, ontem (23), o presidente da Bolívia, Evo Morales, que busca o quarto mandato, considerou que as acusações de fraude constituem tentativa de “golpe de Estado” e declarou estado de emergência, devido a intensos confrontos desde que foram divulgados os resultados eleitorais provisórios, que indicam a vitória dele no primeiro turno.

Morales quebrou o silêncio e afirmou que está “em marcha um golpe de Estado” por parte dos seus adversários políticos.

OEA

O relatório da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), apresentado também nesta quarta-feira (23) em La Paz, pela equipe que acompanhou no domingo as eleições no país, recomenda a realização de um segundo turno do pleito, mesmo se o atual presidente Evo Morales, conseguir diferença de 10% para o segundo mais votado, Carlos Mesa.

Conforme a OEA, “caso, após o cálculo, a margem de diferença seja superior a 10%, é estatisticamente razoável concluir que será uma porcentagem muito pequena. Devido ao contexto e problemas evidenciados nesse processo eleitoral, continuaria sendo a melhor opção para convocar uma segunda disputa no segundo turno do pleito”, informou o relatório.