PUBLICIDADE

Estudante de Medicina fica com arma apontada para a cabeça durante roubo de carro na Bolívia

Leonardo Cabral em 29 de Agosto de 2019

Foto cedida ao Diário Corumbaense

Imagem mostra carro usado pelos bandidos (Gol vermelho, à frente) e estudante (à direita) com as mãos para cima enquanto dois bandidos estão dentro do carro dela

A estudante Rayssa Maressa Silva Santana, moradora de Ladário e que há três anos cursa Medicina em uma universidade na cidade de Puerto Quijarro, na Bolívia, município que faz fronteira com Corumbá, viveu momentos de tensão ao ter o carro roubado na tarde de quarta-feira, 28 de agosto. A estudante ficou sob a mira de um revólver que, segundo ela, foi disparado por três vezes por um dos assaltantes, mas a arma falhou.

Em entrevista ao Diário Corumbaense, Rayssa contou que o roubo aconteceu no início da tarde, quando ela se preparava para assistir uma aula na faculdade e resolveu pegar os materiais que estavam dentro do porta-malas do carro, um Onix, de cor preta, que estava estacionado em frente a instituição de ensino.

“Eu fui até o meu carro para pegar os materiais. A rua estava movimentada quando abri o porta-malas. Escutei um carro, Gol, de cor vermelha, com placas bolivianas se aproximar. O motorista freou bruscamente perto do meu carro, mas na hora pensei que era uma brincadeira de colegas. Foi quando um dos quatro homens que estavam no Gol, disse para que eu passasse as chaves do carro e que me virasse, sem olhar para eles. Joguei as chaves no chão e ele desceu do veículo e pegou as chaves num tom de ameaça, para que eu não me virasse”, relembrou a estudante que ainda revelou que o motorista do carro utilizado pelo quarteto que falava espanhol, utilizava um capacete para não ser reconhecido.

Rayssa ainda lembrou que permaneceu parada, com as mãos para cima, quando então, alguns estudantes e pessoas perceberam que era um roubo e começaram a gritar para que os bandidos não fizessem nada.

“Mas mesmo assim, outro homem desceu do carro e junto com o que pegou as chaves do chão, entrou em meu carro, mas ao mesmo tempo, ele disparou por três vezes com a arma apontada na minha cabeça, mas ela falhou. Logo depois, eles entraram no meu carro e fugiram. Já os outros dois que ficaram no outro automóvel fugiram quando o pessoal começou a gritar”, disse Rayssa.

Uma foto mostra como a estudante de Medicina ficou durante a ação dos bandidos. Com as mãos para cima, ela aparece virada de costas para o próprio carro, que está com uma das portas abertas. “Foi desesperador, mas estou viva pela graça de Deus”, falou a jovem.

Depois do roubo, os próprios estudantes e algumas pessoas ajudaram Rayssa, colocando-a em um carro para procurar a Polícia Boliviana para registrar o fato. “Eu entrei num carro de um colega e logo depois no meio do caminho pedi para retornar para a faculdade, pois lembrei que o meu automóvel tinha como ser localizado pelo GPS. Então, ao chegar na faculdade, eu vi que a Polícia já estava lá e meu pai também, quando eles nos levaram para registrar o boletim de ocorrência e fazer buscas em locais que provavelmente meu carro estaria, mas não conseguimos”, contou a estudante salientando que os policiais bolivianos se mostraram atenciosos.

Carro foi recuperado

Divulgação/Diprove

Ônix recuperado já estava sem as placas brasileiras

Nesta quinta-feira, 29 de agosto, quase 24h após o roubo, Rayssa Maressa, recebeu a notícia de que o Ônix foi recuperado pela Diprove (Departamento de Investigação e Combate ao Roubo de Veículos), após ser rastreado pelo GPS.

“Os policiais me comunicaram e disseram que o carro estava em uma área da periferia de Puerto Suárez. Ele foi levado para a Delegacia daquela cidade e eu só ainda não estou com ele, devido a legalização da retirada do veículo para o Brasil, um trâmite necessário. Os policiais ainda informaram que os quatro envolvidos, foram presos, mas como eles estavam com máscaras, óculos e até mesmo um de capacete, eu não consegui reconhecê-los”, explicou a brasileira.

Apesar do susto, Rayssa garantiu que irá continuar com os estudos e ainda agradeceu pelo apoio que teve dos colegas, da população e da própria Polícia.

“Eu estou fazendo Medicina há três anos e sou muito grata ao povo boliviano que sempre me recebeu muito bem. Sou apaixonada pela cultura deles. Apesar do grande susto, não tenho receio, pois acredito que a criminalidade não tem fronteiras e isso poderia ter ocorrido em qualquer lugar. Agora é superar e continuar”, finalizou a estudante.     

PUBLICIDADE