Rosana Nunes em 01 de Agosto de 2019
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense Baianinho foi o segundo vereador mais votado em 2016
O presidente do Legislativo cumpre decisão do corregedor do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Jorge Mussi, no início de junho passado, que negou seguimento de recurso especial a Baianinho e manteve sentença de primeira instância que decretou a cassação de seu mandato por compra de votos nas eleições de 2016.
O Ministério Público Eleitoral acusou Irailton Santana de abuso de poder econômico ao realizar transporte irregular de eleitores da Bolívia para Corumbá na eleição municipal de 02 de outubro de 2016; compra de votos com promessas a eleitor de solução de questões previdenciárias após a eleição e veiculação de propaganda irregular no país vizinho.
A defesa dele negou as acusações, mas o juiz Daniel Scaramella Moreira, titular da 7ª Zona Eleitoral de Corumbá, em agosto de 2017, decidiu pela procedência parcial das denúncias e cassação do diploma do parlamentar. No entanto, o juiz ressaltou que "os efeitos da declaração de inelegibilidade do representado iniciam-se a partir do trânsito em julgado desta decisão ou de sua confirmação em julgamento proferido por órgão colegiado pelo competente Tribunal Regional Eleitoral". Isso deu ao vereador Irailton Santana, segundo mais votado na eleição de 2016 com 1.524 votos, o direito de permanecer no cargo.
O MPE entrou com embargos de declaração e na sessão do dia 20 de novembro de 2018, o TRE decidiu dar provimento ao recurso e determinou o cumprimento da primeira decisão que cassou o diploma de vereador de Baianinho.
A defesa do parlamentar recorreu e no TSE, apresentou contestações que foram derrubadas por Mussi: acesso indevido a conteúdo de celulares apreendidos pela Polícia Federal, realização de ação em território estrangeiro (ferindo princípios da territorialidade e da soberania) – o flagrante foi realizado por agente da PF à paisana em Puerto Suarez, que reportou fatos para as autoridades no Brasil tomarem os passos seguintes –, nulidade de gravações ambientais (nas quais se apontou como “praticamente certa” a identificação da voz de Santana em tratativas sobre o transporte de eleitores), ausência de tradução juramentada em depoimentos e fragilidade das provas de ilícitos eleitorais.
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Haroldo Cavassa é servidor de carreira da Secretaria de Fazenda do Estado
Baianinho já foi notificado e afastado pela Câmara. O ato do presidente do Legislativo que convoca o suplente, Haroldo Cavassa, tem a data de quarta-feira, 31 de julho e deve ser empossado já na sessão de segunda-feira, 05 de agosto.
Na última eleição, ele concorreu pela coligação PSDB/Rede e obteve 690 votos. Haroldo é irmão da deputada federal Bia Cavassa (PSDB), ocupou cargos nas áreas de Finanças e Assistência Social em gestões do cunhado e ex-prefeito falecido, Ruiter Cunha e integrou a equipe do atual prefeito Marcelo Iunes (PSDB). Ele também é funcionário de carreira da Secretaria de Fazenda do Estado.
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