Campo Grande News em 27 de Junho de 2019
Pablo Nogueira/Interativo MS
Piloto e vigia foram presos na manhã desta quinta-feira
Segundo a delegada Ana Cláudia Medina, da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), a equipe policial chegou a Paranaíba na segunda-feira (24) e deu início as entrevistas iniciais para, depois, fazer a reprodução dos fatos no aeroporto. ''Tivemos uma série de divergências nas versões prestadas oficialmente pelo Idevan e também na do Edmur. Não tivemos outra opção a não ser fazer essas prisões temporárias que foram cumpridas hoje", disse Medina ao site Destak Agora.
Conforme a delegada, um terceiro morador da cidade, que possui vínculo com a área da aviação, também é alvo das investigações. ''Está sendo investigado por conta de denúncias. A casa dele em uma fazenda passou por busca e apreensão para que nós pudéssemos apurar o que estava sendo denunciado, essas divergências apresentadas", explicou. Nesta fase da investigação, a polícia trabalha com imagens de câmeras de segurança, versões apresentadas pelos envolvidos e testemunhas. Segundo a delegada, outras prisões não estão descartadas. ''Várias pessoas foram vistas aqui, inclusive há retratos falados. Mas também temos informações de que as vítimas que registraram os retratos não falaram a verdade'', disse.
Além dos dois mandados de prisão temporária, estão sendo cumpridos na cidade cinco de busca e apreensão em residências, fazenda e outros hangares do aeroporto municipal.
À polícia, Edmur contou que estava no Aeroporto Municipal de Paranaíba no dia 18 de junho, quando seis homens, quatro deles encapuzados, invadiram o hangar. A ação durou 44 minutos e o piloto foi levado pelo grupo para o Mato Grosso. Ele teria conseguido fugir da quadrilha depois de 30 horas.
Passagens
Um dos registros mais recentes da ficha policial de Edmur é de 2017. Um avião de pequeno porte, em nome dele, foi encontrado abandonado em uma lavoura de milho às margens da rodovia BR-163, no município de Mundo Novo, sul do Estado.
Na época, a Polícia Civil foi acionada por vizinhos que viram o avião fazendo um pouso de emergência próximo ao pedágio da rodovia. De acordo com o delegado, Claudinei Galinares, que respondeu pelo caso, a suspeita era de que a aeronave estivesse sendo “usada para contrabando, descaminho ou tráfico, pela forma que foi encontrada”.
Dois anos antes, em 2015, Edmur respondeu processo por pegar um avião sem autorização e nem mesmo plano de voo, com objetivo de atravessar a fronteira com o Paraguai. Na época, ele confessou que a intenção da viagem era pegar produtos de descaminho. A ação foi evitada após a aeronave ser interceptada pela FAB (Força Área Brasileira).
A ficha do suspeito também traz uma apreensão de cigarros e aparelhos eletrônicos que, segundo reportagem no ano de 2013, acabou na prisão de três pessoas, todas de Goiás. A mercadoria seria transportada em um avião que estava parado no hangar que pertencia a Edmur, em Paranaíba.
Treze anos antes, em 2000, o piloto havia sido preso em operação da Polícia Federal contra tráfico de drogas. Conforme reportagem do site Diário da Região, de São José do Rio Preto, o grupo no qual Edmur fazia parte era suspeito de transportar drogas em uma aeronave. Equipes policiais flagraram o momento que os entorpecentes eram descarregados do avião e transferidos para o fundo falso de um caminhão.
Na ocasião, Edmur teria sido a pessoa que fechou o hangar após a entrada da aeronave e que ajudou na transferência da droga.
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