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Simpósio da Pesca reforça decisão do Estado de adotar a cota zero

Silvio Andrade, Assecom MS em 08 de Junho de 2019

Saul Schramm Jr./Governo do Estado

Secretário-adjunto da Semagro, Ricardo Senna, falou sobre a cota zero durante o Simpósio da Pesca realizado em Corumbá

A cota zero para a pesca esportiva e amadora é a única saída para garantir o repovoamento dos rios das bacias do Paraguai e do Paraná. Esta foi a opinião unânime dos técnicos, empresários e pescadores que prevaleceu durante as explanações e debates no 1º Simpósio da Pesca no Pantanal, realizado em Corumbá, na sexta-feira (07). O evento foi realizado pela Prefeitura, com apoio do Governo do Estado.

Com testemunho de ex-pescadores profissionais, agora guias de pesca, relatando que os rios do Pantanal deixaram de ser abundantes em peixes como no passado, o simpósio reuniu autoridades e estudiosos em ictiofauna de vários estados, como Tocantins e Amazonas. Todos relataram as experiências de sucesso com a adoção da cota zero, medida em vigor em Mato Grosso do Sul a partir de 2020, e o aumento crescente da pesca esportiva.

“Proibir a captura dos peixes do Pantanal, como fez Mato Grosso do Sul, é o modo mais prático e sustentável para repovoar os rios e trazer o turista para o estado, o exemplo está na Argentina”, afirmou o diretor da Confederação Brasileira de Pesca Esportiva (CBPE) e presidente da Federação Paulista de Pesca Esportiva, Ivan Miraldo, presente ao simpósio. “A cota zero significará mais peixes, mais pescadores e mais recursos para a região.”

Representando o governador Reinaldo Azambuja, o secretário-adjunto da Semagro (secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Regional, Produção e Agricultura Familiar), Ricardo Senna, fez uma explanação sobre as medidas tomadas pelo Estado para recuperar o estoque pesqueiro nas duas bacias. Disse que os próximos passos serão a criação da Câmara Setorial da Pesca, o zoneamento do setor e o recadastramento do pescador profissional.

Todos ganham

Ao contrário dos estudos apresentados pela Embrapa Pantanal, que considera o estoque pesqueiro estável e apontando outros fatores e não a pressão da pesca como responsáveis pela redução de algumas espécies, como ações antrópicas, níveis de cheia e seca e implantação de barragens, o corpo técnico presente ao simpósio sustentou que o extrativismo é a principal causa pela queda do estoque pesqueiro no Pantanal e outras regiões do País.

“Parabéns ao governo de Mato Grosso do Sul por acabar com a matança de peixe”, afirmou o especialista em pesca esportiva Jorge Kiroschi, apresentador do programa “Rancho do Pescador”. “Até que enfim alguém teve a coragem de tomar essa decisão. A palavra hoje é preservar, caso contrário não tem o peixe e o pescador vai para a Argentina, mesmo gastando mais. Preservar gera recursos para todo mundo, principalmente para o meio ambiente”, citou.

No caminho certo

Kiroschi disse ainda que apoia “cem por cento” o decreto assinado pelo governador Reinaldo Azambuja, em fevereiro deste ano, enfatizando que a medida repercutiu em todo o País e a médio prazo haverá uma corrida de turistas ao estado. “O mundo inteiro vai olhar para o Pantanal”, comentou. Jair Rigotti, do programa de TV “Hora do Pescador”, disse que o entristece o fato de não ter mais o peixe no Pantanal, para ele o melhor destino de pesca.

Durante o simpósio, realizado a bordo de um barco-hotel, os palestrantes convidados apresentaram um panorama da pesca em seus estados com as leis mais restritivas à pesca amadora: Andrey Chama da Costa, do Tocantins, e Rogério Bessa, do Amazonas.  O consultor Kelven Lopes coordenou o encontro e abordou aspectos da pesca nos principais destinos. “O Estado está no caminho certo, o momento ambiental não permite mais o extrativismo”, frisou.

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