Leonardo Cabral em 08 de Março de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Blitz foi realizada na região central de Corumbá
“Não queremos cotas, queremos direitos iguais, somos maioria. Queremos um acordar das mulheres”. Essas foram às palavras da coordenadora de Políticas Públicas para as Mulheres, Wania Alecrim. Segundo ela, o Município é referência em ações, programas, projetos e decretos nas políticas públicas para as mulheres na região do Pantanal.
“Hoje, temos aqui o decreto assinado pelo prefeito Marcelo Iunes, referente à Patrulha Maria da Penha, que atende mulheres com medida protetiva de urgência. Isso é um ganho para a nossa cidade, ajuda a salvar vidas, mostra que elas estão sendo amparadas e cuidadas. Esse é o nosso objetivo, e, com a blitz e a entrega desses folhetos, importante para elas, trazemos a informação sobre o combate à violência contra a mulher ou até mesmo se elas estão inseridas no ciclo da violência ou não”, explicou Wania ao Diário Corumbaense.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Wania disse que Município é referência em ações, programas, projetos e decretos nas políticas públicas para as mulheres
“A mulher quando sofre ou está no ciclo da violência, pode entrar em uma igreja, CRAS, Polícia ou até mesmo em uma roda de tereré. É necessário ir atrás de ajuda. A política pública quando é feita de aproximação, no que se refere ao olho no olho, pegar nas pessoas, ela funciona. Corumbá também está em uma área de fronteira e diante disso, atendemos também muitas vezes estrangeiras, como as próprias bolivianas, haitianas e até mesmo venezuelanas. Estamos juntos nessa grande luta”, completou Wania Alecrim.
Números de casos
Ainda conforme ela, só em 2018, Corumbá registrou 896 boletins de ocorrências referentes à violência doméstica contra mulheres. Até o dia 25 de fevereiro de 2019, foram 126 registros. Ela ainda reforça que estudos do Datafolha, a pedido do fórum de São Paulo, revelou que no Brasil, 2.870 mulheres são vítimas de violências diariamente.
O último caso registrado em Corumbá e que tomou grandes proporções foi o de uma jovem, moradora do bairro Aeroporto, que foi agredida pelo ex-companheiro. Ela teve afundamento de crânio, foi esfaqueada no abdômen e precisará fazer cirurgia no rosto. “No mesmo dia em que foi registrado o caso dela, fui até ao hospital, conversei com uma tia e com a mãe dela. Nosso trabalho é esse, atender no momento em que acontece o delito”, esclareceu Wania. O autor da tentativa de feminicídio foi preso pela Polícia Militar.
Já a presidente do Conselho da Mulher avaliou que a data foca a reflexão de toda trajetória da mulher até os dias atuais. Ela revelou que medidas protetivas em 2018 chegaram a quase 500, ou seja, mulheres que conseguiram procurar na delegacia e denunciar o caso de violência. “Isso é um alerta para sociedade, para as mulheres, onde temos que estar mais centradas em estar verificando e tentar coibir essas violações de direitos. O mês de março todo teremos varias ações na cidade, palestras, blitz informativa e o ano todo de 2019 estaremos trabalhando com a campanha Não é Não. Dizer não à violência”, esclareceu.
Patrulha Maria da Penha
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Ação reuniu representantes de vários órgãos
A data
A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu no final do século XIX e início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho, e pelo direito de voto. Em 26 de agosto de 1910, durante a Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhaga, a líder socialista alemã Clara Zetkin propôs a instituição de uma celebração anual das lutas pelos direitos das mulheres trabalhadoras.
As celebrações do Dia Internacional da Mulher ocorreram a partir de 1909 em diferentes dias de fevereiro e março, a depender do país. A primeira celebração deu-se a 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, seguida de manifestações e marchas em outros países europeus nos anos seguintes, usualmente durante a semana de comemorações da Comuna de Paris, no final de março. As manifestações uniam o movimento socialista, que lutava por igualdade de direitos econômicos, sociais e trabalhistas, ao movimento sufragista, que lutava por igualdade de direitos políticos.
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