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Com a bênção dos divinos santos do Brasil, Mocidade faz desfile para manter título

Lívia Gaertner em 04 de Março de 2019

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Carro abre-alas trouxe a representação das entidades criadoras do mundo pela ótica da Umbanda

Atual campeã do Carnaval de Corumbá, a Mocidade Independente da Nova Corumbá fez um desfile digno de favorita. Uma longa queima de fogos anunciou a entrada da escola da zona sul na avenida General Rondon, conduzida pela presidente Fernanda Vanucci e pelo carnavalesco Edilson de Oliveira.

Em dezessete alas e cinco carros alegóricos, a escola saudou em seu enredo “Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil” numa clara homenagem à Umbanda, religião considerada legitimamente brasileira devido a presença de referência de povos formadores de nossa sociedade.

A comissão de frente representou os principais orixás e, em suas coreografias, mostrou as danças ritualísticas manifestadas nas casas de santo. O carro abre-alas conduziu uma grande escultura em representação aos deuses da criação e proteção  Zambi, Olorum e Oxalá.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Comissão de Frente fez coreografia com danças ritualísticas de orixás

Para as baianas ficou a responsabilidade de simbolizarem as comidas ofertadas aos santos e por isso a fantasia trazia alegorias representando receitas de diversos formatos e cores.

O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Edelton e Valessa, vieram com fantasias com predominância da cor preta em detalhes pratas. A proposta foi representar o homem e a mulher de rua, abrindo a passarela para alas que retrataram entidades da linha ligada ao “povo de rua” como pombas-gira, malandros, entre outras.

O povo cigano, marinheiros, boiadeiros, pretos velhos e caboclos estiveram presentes também tanto em fantasias em cima dos carros alegóricos como em alas. A inocência das crianças também ganhou um carro alegórico chamado “São Cosme, cadê Damião?” e uma ala cheia de doces e guloseimas.

A Bateria Barcelona, conduzida pelo mestre Diego Rojas, manteve a marcação e ainda fez evoluções tanto no recuo como durante o percurso do desfile, juntamente com a rainha da bateria, Carol Castelo, levantando o público. O som do agogô, instrumento também usado nos rituais da religião, ecoaram junto à execução do samba-enredo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Rainha, Carol Castelo, usou fantasia denominada "Mulher dos Malandros" à frente da bateria

Após mostrar de uma forma, digamos, até didática e lúdica, o que é a Umbanda com seu lema de “caridade e paz”, a agremiação encerrou o desfile dentro do tempo estipulado pelo regulamento, de no máximo 75 minutos, com o carro “Xirê da Umbanda, o terreiro da paz”, com destaques de fantasias com predominância da cor branca.

Grêmio Recreativo Mocidade Independente da Nova Corumbá 

Fundação: 22/06/1999

Presidente: Fernanda Vanucci

Cores: verde, vermelho e branco

Carnavalesco: Edílson de Oliveira

Enredo: Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil

Samba-enredo: Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil

Compositor: Victor Raphael, Ailson Renan e Edu Chagas

Intérprete: Braguinha

Mestre de Bateria: Diego Rojas

Número de componentes: 900

Número de alas: 14

Número de carros alegóricos: 04 + 02 tripés

Componentes da bateria: 100

Porta-bandeira: Valessa

Mestre-sala: Edélton

Rainha da bateria: Carol Castelo

Colocação em 2018: 1ª colocada com 179,5 pontos


Samba-enredo: Os 110 Anos dos Divinos Santos do Brasil
Autores: Victor Raphael, Ailson Renan e Edu Chagas

Tem festa pras sete linhas
Zélio abre a curimba aos orixás
Iabá já preparou
Oferendas ao Senhor
À luz dos meus rituais
Ao tempo.... gingando no meio da rua
A noite é toda sua até o galo cantar
Tira da lapela do malandro
Da cabrocha o acalanto
E o brilho do luar

Na canjira de Umbanda, caboclo é doutor
Na cachoeira, ofertar o meu amor
Capoeira salva a banda, todo corpo balançou
Ensinamentos que “Seo Sete" nos deixou

Meu santo bebe cachaça
Eu canto no meio da mata
Tremula maracá, as ervas vão purificar
O Povo da Terra e do Mar
Olha o tombo da maré! Olha o tombo da maré!
Marinheiro vai levar o amor de uma mulher
No cachimbo do Preto Velho
Resistência ao cativeiro
Abre a porta da senzala
Alumia meu terreiro

Samborokô, saruê filho de Pena
Na encruza ou na Jurema
Abre a gira pra saudar
A bandeira é de paz e caridade
No tambor da Mocidade, Aruanda vai brilhar


Galeria: Mocidade I. da Nova Corumbá - 2019

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