Acadêmicos do Pantanal trouxe a luta e glória de seu fundador

A Acadêmicos dos Pantanal, teve a responsabilidade de abrir a segunda noite de desfile das escolas de samba de Corumbá, nesta segunda-feira, 04 de março. Às 20h30, seguindo programação da Liga Independente das Escolas de Samba de Corumbá (Liesco), foi dada a largada para a agremiação, que trouxe como enredo em 2019 uma homenagem à trajetória de vida de Enilde Vital, mais conhecido como Nelson, pai da carnavalesca Jackelyny Pazzolyny e também do presidente, Fernando William da Costa.

Com o samba-enredo “Luta e Glória de um guerreiro chamado Nelson”, a agremiação, que tem como símbolo a ave representante do Pantanal, o Tuiuiú, mostrou não apenas os 70 anos de vida do homenageado, mas a importância dele para o Carnaval de Corumbá, sendo este, fundador e presidente da Liesco e também da Acadêmicos do Pantanal no ano de 2001.

E para embarcar na trajetória de vida de Nelson a escola de samba trouxe em sua comissão de frente 10 bailarinos com a fantasia Normalista, uma referência a famosa música de Nelson Gonçalves devido a roupa tradicional deles na época. No abre-alas, o navio dava o sinal de partida, fazendo uma referência a instituição militar, o qual ele pertenceu. O homenageado veio logo atrás, no chão, acompanhado de sua nora, Gilda, mostrando carisma e agradecendo o carinho recebido pela sua trajetória e contribuição ao Carnaval de Corumbá.

Em seu desfile, a Acadêmicos do Pantanal, não deixou de relembrar as viagens de Nelson, pelo mundo, por meio da Marinha, quando então, ele se ofereceu para ser estagiário nos Estados Unidos e por onze meses lá permaneceu, retornando para o Rio de Janeiro onde ficou servindo na Diretoria de ensino, momento o qual foi designado para servir a Marinha em Ladário ainda Mato Grosso, em 1972. Neste período, no sesquicentenário da independência do Brasil, a Marinha resolveu fazer uma exposição em vários países do mundo sobre o tema, possibilitando a Nelson a viajem.

Foram vários países europeus por onde o Brasil apresentou a exposição, retratados pelas alas da escola em seu desfile. Além disso, Nelson também teve a oportunidade de conhecer o Iraque, Japão e o Irã (antiga Pérsia).

Apesar de tantas felicidades vividas e experiências adquiridas, Nelson enfrentou um dos maiores desafios de vivência por 15 anos. A luta contra um câncer que mesmo com esse lado negro na fase de sua vida, não o desanimou e mostrou o “gladiador” que é, homem que foi à luta e venceu a doença.

A escola de samba entrou na Avenida com cerca de 1.000 componentes divididos em 18 alas, que contaram parte da trajetória de Nelson. Todos os integrantes da escola foram ritmados pela bateria do mestre Igor do Pantanal. Vestidos de Marinheiros, os ritmistas foram comandados pela rainha de Bateria Kelina Karru.

O desfile da Acadêmicos do Pantanal foi encerrado pelo carro alegórico "Rio de Janeiro", uma referência a cidade maravilhosa, local onde o homenageado iniciou seu amor pelo Carnaval, trazendo sua contribuição para Corumbá com a fundação da agremiação que hoje lhe presta essa singela lembrança na passarela do samba.

Fundação: 25/07/2001

Presidente: Fernando William da Costa

Cores: verde, branco, azul e amarelo

Carnavalesco: Jackelyny Pazzolyny

Enredo: Luta e Glória de um Guerreiro Chamado Nelson

Samba-enredo: Luta e Glória de um Guerreiro Chamado Nelson

Compositor: Victor Raphael e Edu Chagas

Intérprete: Flávio do Cavaco

Mestre de Bateria: Igor da Pantanal

Número de componentes: 800 a 1000

Número de alas: 20

Número de carros alegóricos: 04

Componentes da bateria: 80

Porta-bandeira: Luana

Mestre-sala: Robert de Arruda

Rainha da bateria: Kelina Karrú

Colocação em 2018:  9ª colocada, com 174 pontos

Luta e Glória de um Guerreiro Chamado Nelson

Autores: Victor Raphael e Edu Chagas

 

Por mares nunca dantes navegados
A Pantanal chegou para homenagear
Um homem visionário, jovem promissor

Sempre deu valor ao seu trabalho
Lição que pai e mãe lhe ensinou
Resolveu singrar os oceanos
Visitou vários lugares
Até em San Diego aportou

Quando chega ao Rio de Janeiro
Se encantou com o carnaval
O marinheiro deixou seu coração na folia
Enquanto seu barco partia

Carregou em suas embarcações
Várias preciosidades
O ouro negro espalhou no mundo inteiro
Trouxe de volta um monarca brasileiro
Em cada porto que passou
Saudade deixou quando a âncora subiu
Desfralda em sua terra uma bandeira
Nas cores da pátria que serviu
E agora, as batalhas que travou
Enfim, ganhou, tempo de comemorar
A passarela vibra com empolgação
Na nossa escola és eterno capitão
Enilde Vital, continência é respeito
Amigo do peito
Fundador deste pavilhão

O tuiuiú voa alto na avenida
Para contar uma história singular
Grande filho, grande pai, grande exemplo
Um baluarte da folia em Corumbá