PUBLICIDADE

Consumidores relatam cobrança abusiva na conta de luz em Corumbá

Rosana Nunes e Leonardo Cabral em 24 de Janeiro de 2019

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Dentista Antônio Arruda viu as contas de luz de casa e do consultório dispararem

Difícil encontrar em Corumbá consumidor que não reclame dos altos valores cobrados nas contas de energia elétrica neste início de ano. Há casos em que o valor triplicou de um mês para outro. O profissional odontológico, Antonio Arruda, paga as contas do consultório, localizado na região central de Corumbá e também de sua residência, e levou um grande susto nos últimos meses. Só no local de trabalho, os valores cobrados estão entre R$ 40,00 a R$ 800,00. 

“É uma discrepância, a cada mês um valor sempre mais alto. Fica um descompasso muito grande para os consumidores e a voracidade da empresa responsável pelo abastecimento de energia, falo sobre essa 'fome insaciável' da empresa que era estatal e agora é de iniciativa privada, onde quem acaba arcando com as consequências somos nós, consumidores”, disse o dentista que ao entrar em contato com a empresa para reclamar sobre a disparada no valor da conta, foi orientado a buscar um eletricista. "Segui o recomendado, porém, o eletricista não encontrou nada de errado no prédio que em mais de 40 anos, jamais apresentou esse tipo de problema”, afirmou.


"Ficamos reféns diante disso tudo. Ou se paga ou temos a luz cortada. Tem gente que tira comida da boca dos próprios filhos para pagar a conta”, lamentou o dentista que também viu a conta de casa também disparar. “Em casa temos dois ventiladores, dois aparelhos de ar-condicionado, televisão e uma geladeira, móveis suficientes para três pessoas. A média que se gasta em energia é de R$ 500 a R$ 600, mas nesse mês, a conta chegou a R$ 900. De fato, algo precisa ser feito”, disse Antonio Arruda ao Diário Corumbaense


Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Média das contas de Adriano Yovio era de menos de 300 reais, e agora, saltou para mais de R$ 750

Já Adriano Yovio, que trabalha na área da construção civil, disse que em média, sua conta não ultrapassa os R$ 300,00, mas neste primeiro mês de 2019, o valor subiu para R$ 752,14. “Levei um susto, apesar de termos dois aparelhos de ar-condicionado em casa, eles só são ligados à noite e desligados ainda durante a madrugada. Além disso, utilizamos um ventilador na sala. Apesar do consumo, não justifica um aumento de mais de 200% na conta aqui em casa. Até mesmo durante o dia procuramos economizar, bem como à noite, nem as luzes de fora ligamos mais”, declarou Adriano. 

A salgadeira Dora Brandão, também ficou assustada ao receber a conta de energia neste mês que veio quase o dobro da média paga pela família que é até R$ 550,00. A atual fatura está em R$ 911,00. “A última fatura veio R$ 613,00, já levei um susto, mas a de agora, está acima de R$ 900,00. Até imaginava que a conta viria um pouco mais alta, mas não tanto. Trabalho com venda de salgados e bolo e sempre procuro economizar, até mesmo freezer que tínhamos aqui em casa, já não temos. A minha geladeira que era antiga trocamos por uma mais nova já pensando na economia da energia, mas nada adiantou. O jeito será pagar para não ficar sem luz”, falou Dora.


Reprodução

Histórico de consumidor durante um ano; mesmo sem contar com aparelhos elétricos, não escapou da alta no valor

Nem mesmo as contas de baixo valor escapam da alta. O exemplo é de um consumidor que em 2018 os valores ficaram entre R$ 40 e R$ 71. Neste mês de janeiro, o valor subiu para quase R$ 110. "Não tenho ar-condicionado e nenhum eletrônico que consuma energia. Vou em casa só para dormir e uso um ventilador, não há justificativa para essa alta", relatou o consumidor.

Apesar do recesso parlamentar, o assunto é discutido pela Câmara de Corumbá, que quer realizar audiência pública para entender a forma de cobrança. "A dúvida existe, será que o consumidor está sendo lesado?", disse o vice-presidente do Legislativo corumbaense, vereador Tadeu Vieira (PDT).

Além do questionamento sobre a alta das contas, o parlamentar já fez duas denúncias contra a Energisa. A primeira foi em relação às datas de pagamento. "Cito como exemplo, uma conta que vence dia 25 de janeiro, e no entanto, no último dia 22, a empresa já emitiu a conta que vai vencer em 25 de fevereiro, com mais de 30 dias de antecedência. Como isso é possível?", questionou.

A segunda questão levantada pelo vereador é a troca de medidores, iniciada no ano passado, por modelo, segundo a concessionária, mais moderno. "Nós constatamos que depois dessa substituição veio um aumento abusivo nas contas de luz de Corumbá. Então, nós temos que trazer à Câmara a direção comercial da Energisa, engenheiros elétricos que não sejam ligados à concessionária, para discutirmos a real situação, porque é terrível, um mês você paga 300 reais e no outro 700?. Não tem orçamento familiar que suporte uma alta dessa e se você não paga, tem o fornecimento cortado. A reclamação dos consumidores é geral", frisou Tadeu Vieira a este Diário.

Já o presidente da Câmara, Roberto Façanha (MDB) acha que a questão vai além e passa pela reforma tributária. "Na realidade a carga tributária no Brasil é muito pesada. Tem que haver uma reforma porque a Energisa cobra taxas que são permitidas por lei. É preciso pressionar por uma mudança nisso porque a população não só de Corumbá, não consegue acompanhar com seu salário a evolução dos valores da conta de luz", destacou.

Variação de consumo

As reclamações ocorrem em todo o Estado e já mobiliza o Procon de Mato Grosso do Sul, que vai reunir todas as informações apresentadas pelos clientes de várias cidades para encaminhar um ofício à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), solicitando providências.

Em nota, a Energisa apontou que “as altas temperaturas registradas em Mato Grosso do Sul principalmente no último mês de dezembro, causaram elevação do consumo de energia dos clientes da concessionária, já que essa alteração que está sendo percebida nas contas de luz do mês de janeiro, é referente ao período de dezembro. Além do fato citado anteriormente, o recesso escolar naturalmente já provoca aumento de consumo quando se refere a instalações residenciais”.

A concessionária também aponta que as altas temperaturas exigem que equipamentos de refrigeração consumam mais energia para funcionar adequadamente, podendo até dobrar. “Unidades consumidoras com número elevado de equipamentos como ar-condicionado, geladeiras, freezers, ventiladores e câmaras frias sofrem grandes variações de consumo nesse período. Residências e comércios como laticínios, frigoríficos e sorveterias são exemplos de unidades que se encaixam nesse perfil”, completa. A concessionária também lembra que a tributação muda quando há aumento na conta de energia.

A orientação e para que os clientes que tiveram aumento expressivo nas contas de energia, procurem as agências de atendimento para que a cobrança seja revista.  

Comentários:

Mauro Ângelo de Melo Junior : Que absurdo!! até quando vamos continuar sendo lesados pela Energisa?! Todo fim e início de ano é a mesma coisa e a mesma desculpa. Passou da hora do poder público interferir nisso.

WANDER MELLO: E as constantes quedas, picos e até mesmo falta de enrgia por horas? Alguns dias atras ficamos de 8:30 da noite até 6:00hs da manhã sem energia, nesse calor insuportavel, aí quando voce recebe a fatura vem a cobrança por 30 dias de fornecimento, da taxa de iluminação publica, não se vê os descontos de todas essa falhas/faltas.

Kelly regina Silva : Muito bóia areportagem pq esta um absurdo essa luz,gento onde vamos parar eu pagava na minha conta 80,00 e hj pago 200,00 isso e um roubo vcs tao d parabéns por mostrar essa falta d respeito com o consumidor

Helmut Martines da Silva: Não dá mais pra ficar-mos aguardando os responsáveis em manter um serviço de qualidade bem como um preço justo. Convido aos indignados e insatisfeitos a se fazerem presentes no próximo dia 30/01 às 16h no escritório da consescionaria , localizado na Rua América, esquina com a Rua Frei Mariano.

PUBLICIDADE