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Separação de idoso e cão de estimação sensibiliza profissional de saúde que busca adoção para animal

Ricardo Albertoni em 22 de Novembro de 2018

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A frase “o cão é o melhor amigo do homem” pode até ser batida, mas não tem como não usá-la nessa situação. A história do idoso Nestor Gomes de Oliveira (73), do seu cãozinho “Guri” e a separação dos dois amigos, sensibilizou a profissional de saúde Adriana Romão de Oliveira, lotada no posto de saúde do Jardim dos Estados, parte alta de Corumbá.

Reprodução

Seu Nestor considera "Guri" como um filho, mas precisou se separar dele

“O senhor Nestor mora sozinho em um cômodo com seu único companheiro, que considera como um filho. Ele mesmo não tem contato com a família, durante o período que estou acompanhando-o, nunca vi nenhum familiar. As únicas pessoas que o ajudam são os vizinhos e uma senhora que ele considera como filha de criação, mas eles ajudam como podem. Ele está passando por problemas de saúde, não está conseguindo se alimentar adequadamente, está bem fraco e também devido a um quadro de infecção urinária precisou ser internado”, explicou Adriana.

Devido à idade avançada e o estado de saúde, após a internação do idoso, Adriana conseguiu convencê-lo a ir para o Asilo São José para que receba os cuidados que precisa. Ela solicitou o suporte do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) que juntamente com o Centro de Referência Especializada da Assistência Social (CREAS) planejou a ação.

“Ele não tem condições de continuar morando sozinho e por isso  decidimos que seria melhor que ele fosse para lá, para ter uma melhor condição de vida. O problema é que o asilo não aceita o animal”, contou Adriana.

O idoso considera o animal como um filho. Ele lembrou que durante um acidente doméstico foi o próprio cachorro quem pediu socorro. “Peguei ele para criar desde quando era filhote, cuidei como se fosse um filho. Já doente, uma vez sofri uma queda e a máquina de lavar acabou caindo em cima de mim. Ele não sabia o que fazer para me ajudar, puxava pela perna e então começou a latir no portão até que os vizinhos foram ver o que era e me ajudaram”, contou o idoso por meio de um vídeo.

Mas, com a mudança do seu Nestor para o asilo, a história de amizade ganhou um ponto final. A direção do Asilo São José descartou a possibilidade de "Guri" morar na instituição já que manter um animal no prédio poderia causar problemas internos. Sendo assim, a única alternativa é que os dois aprendam a viver em lares separados. O idoso já foi levado por equipe da Assistência Social do Município ao asilo, enquanto “Guri” permanece na residência à espera do amigo, que não deve voltar.

“Quando fui visitá-lo a primeira coisa que ele pergunta é do animal, a separação está sendo muito difícil. Quando eu fui na casa levar ração e uma casinha, 'Guri' veio no carro ver se o seu dono estava comigo. É uma situação difícil, mas as instituições de proteção dos animais –  GAPA e ACLAA – se prontificaram a ajudar”, disse Adriana ao Diário Corumbaense.

Quem estiver interessado em adotar o cãozinho pode entrar em contato pelos telefones: (67) 9 9929-8499 (Adriana) e (67) 9 9974-8382 (Valéria).

Familiares

A assistente social Márcia Cândida Silva de Jesus Silva, disse a este Diário que seu Nestor informou ter três filhos residentes em Campo Grande e no Rio de Janeiro, mas que não mantém contato com os parentes há algum tempo.

“Não temos contato, as únicas informações que temos são as que ele nos repassou, que seriam dois homens residentes na capital de MS e uma que seria professora, que mora no Rio de Janeiro. Temos os nomes e vamos tentar através de pesquisa pra ver se localizamos algum dos filhos”, adiantou Márcia.

Quem tiver alguma informação sobre o paradeiro dos familiares do idoso, pode ligar para o Centro de Referência e Assistência Social pelo telefone (67) 3907-5945.

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