Rosana Nunes com Campo Grande News em 08 de Novembro de 2018
Primeiro suplente da coligação Avançar com Responsabilidade IV, pela qual a deputada federal Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias (DEM) foi eleita, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) não deu como certa sua permanência em Brasília a partir de 2019. Segundo ele, apesar de estar na linha de ascendência para o Congresso com a indicação da colega de bancada para o Ministério da Agricultura do Governo Jair Bolsonaro (PSL), há tratativas com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) que podem lhe levar à administração estadual no ano que vem.
Tereza foi confirmada nesta quarta-feira (07) como futura ministra da Agricultura de Bolsonaro, que anunciou a escolha via Twitter depois de receber indicação da FPA (Frente Parlamentar Agropecuária). Eleita para um novo mandato com mais de 75 mil votos, a deputada federal, desta forma, tomará posse na Câmara Federal no ano que vem e se licenciará para assumir o cargo na Esplanada dos Ministérios.
“Recebo, logicamente, com alegria a notícia da indicação da Tereza Cristina (para o ministério da Agricultura). Mato Grosso do Sul e, certamente, o Brasil, ganharão muito com a presença da deputada nesse cargo. Ela é do setor, o conhece profundamente e reúne consenso da FPA em torno de seu nome”, destacou Geraldo, por telefone – o deputado está em Brasília.
Geraldo, que na última eleição obteve 61,6 mil votos – mais do que quatro deputados federais eleitos, mas insuficientes para lhe garantir a reeleição por conta do quociente partidário –, ficou como primeiro suplente da coligação. Ele disse que a nomeação de Tereza garante sua permanência na Câmara em 2019, mas não deu esse caminho como certo.
“Sou o primeiro suplente, mas também aguardo a montagem do novo governo do Estado. O governador Reinaldo Azambuja tinha dado a palavra de que eu estaria na formatação de sua nova gestão. O espaço ainda não foi definido, então, vou mensurar onde posso servir melhor Mato Grosso do Sul: se aqui (em Brasília) ou no Estado”, afirmou Geraldo. Ele afirmou que somente depois de uma nova discussão com Reinaldo sobre o tema deve se posicionar em definitivo.
Impasse
Caso Geraldo Resende opte por não assumir mandato de deputado federal, a segunda suplência da coligação poderá se tornar um imbróglio jurídico: com 46.734 votos, Alcides Bernal (Progressistas) seria o segundo suplente da chapa.
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Bia Cavassa é terceira suplente e pode assumir vaga na Câmara Federal
Caso o progressista não consiga validar seus votos, a vaga de Tereza iria para a terceira suplente da chapa, Beatriz Cavassa (PSDB), de Corumbá, que teve 17,8 mil votos. Bia Cavassa é viúva do ex-prefeito Ruiter Cunha, falecido há um ano, e concorreu pela primeira vez a um cargo político.
Em nota, em seu perfil no Facebook, Bia disse que recebeu telefonemas e mensagens. "Estou à disposição para encarar mais um desafio com muita responsabilidade e compromisso - como sempre fiz ao longo da minha trajetória pessoal e profissional - respeitando àqueles que foram eleitos pelo voto", postou. Mas pediu cautela a todos. "Peço que aguardemos com muita cautela a desenvoltura dos acontecimentos - até suas definições", finalizou.
O nome de Beatriz Cavassa também aparece para integrar o segundo mandato de Reinaldo Azambuja, que inicia em 1º de janeiro de 2019. "Não tenham dúvida que na composição do novo governo teremos quadros da região", disse o governador durante visita à Corumbá na última segunda-feira (05).
Corumbá não tem representante na Câmara Federal há mais de 25 anos. O último deputado federal eleito foi Elísio Curvo. O ex-sindicalista ferroviário, Manoel Vitório, também saiu da suplência para ocupar vaga de deputado federal há muitos anos.
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