Campo Grande News em 25 de Setembro de 2018
O caso veio à tona no começo do mês, quando a vítima já estava com sete meses de gestação, a gravidez avançada impedia o aborto legal, permitido pela lei por se tratar de estupro. Para a menina, o filho no ventre era motivo de tristeza e pensamentos suicidas. A tendência era que o bebê fosse para a adoção logo após o parto.
Contudo, após o nascimento, ela decidiu ficar com a filha. Devido à pouca idade da gestante, o preparativo era para cesárea. Porém, a natureza se antecipou e o parto normal aconteceu sem problemas físicos para a mãe. O bebê é saudável e já está em casa, porém a mãe não tem leite para amamentá-lo. “A princípio, ela rejeitou a criança. Como não tinha pretensão de ficar com o bebê e ainda faltavam dois meses, não tem carrinho, banheira, roupas”, afirma a coordenadora do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), Débora do Carmo.
Ela explica que a política de assistência social não fornece fraldas e leite. Quem quiser ajudar pode levar doações ao Creas, que fica localizado na rua Oito de Maio, 290, Centro de Anastácio. O telefone é o (67) 3245-2307. O leite é NAN para recém-nascido.
Com a descoberta do abuso, o pai de 36 anos foi preso e a menina passou a morar com outro familiar. O registro civil do bebê ainda aguarda a conclusão dos documentos da mãe, que aos 12 anos contava apenas com a certidão do nascimento. Ela é inserida no programa de transferência de renda do Bolsa Família e tem apoio da assistência social da prefeitura de Anastácio pela vulnerabilidade social.
A menina também segue com acompanhamento psicológico. “Até chegar ao fortalecimento necessário para gerir e levar a sua vida sozinha. Vai demorar um bom tempo, acabou de completar 12 anos”, diz Débora. O nome do pai preso não foi divulgado para que a vítima não seja identificada.
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