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Paraguai escolhe entre continuísmo ou aliança de centro-esquerda em eleições presidenciais

G1/EFE em 22 de Abril de 2018

Andres Stapff e Jorge Adorno/Reuters

Mario Abdo Benitez e Efraín Alegre.

Os paraguaios vão às urnas neste domingo (22) para eleger seu novo presidente, tendo como opções o candidato apoiado pelo atual governo, Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado, e o liberal Efraín Alegre, líder da coalizão de centro-esquerda Ganhar, que tem entre suas legendas a Frente Guasu, do ex-presidente Fernando Lugo.

As principais pesquisas do país apontam uma vitória de Abdo com uma vantagem de 25 pontos sobre Alegre, que costuma minimizar essas previsões.

Ex-senador, Abdo larga com a vantagem de ter o apoio da máquina do Partido Colorado, que tem 1 milhão e meio de filiados e uma história de 130 anos, grande parte deles no poder, incluindo o período no qual deu apoio ao ditador Alfredo Stroessner (1954-1989).

O candidato presidencial colorado, que é filho do ex-secretário particular de Stroessner, tem se manifestado favorável a convocar uma Assembleia Nacional Constituinte na qual seja discutida a reforma do Poder Judiciário, tão politizado quanto desacreditado, como forma de erradicar a corrupção e a insegurança jurídica.

Abdo também prometeu "uma revolução educacional no Paraguai" e um objetivo: dedicar a este setor dos atuais 4,28% para 7% do Produto Interno Bruto (PIB), o mínimo solicitado pela ONU, e com isso melhorar um sistema educacional que se mostrou ineficiente na hora de aproveitar o bônus demográfico do país, que tem cerca de um terço da sua população com menos de 17 anos.

Já no âmbito econômico, Abdo se pronunciou a favor de ampliar a base contributiva do Paraguai, um dos países com mais baixos juros tributários, embora tenha ressaltado que não deseja que se percam essas vantagens competitivas, atrativas para o investidor estrangeiro.

No último mês de campanha, Abdo deu mais atenção ao discurso partidário, em atos junto com o atual presidente, Horacio Cartes, nos quais salientou a "mística colorada" para garantir o voto em bloco de todos os simpatizantes do partido.

Por sua vez, Alegre, que é presidente do Partido Liberal e concorre pela segunda vez à presidência, combina sua mensagem a seu eleitorado com comícios ao lado de seu candidato à vice-presidência, Leo Rubin, contribuição da Frente Guasu, do ex-presidente Fernando Lugo, à coalizão Ganhar. A aliança foi formada porque as duas legendas não conseguirão, sozinhas, superar o Partido Colorado em votos.

De fato, essa coalizão já foi colocada em prática em 2008, mas com uma troca de cadeiras, quando foi Lugo o candidato, e depois vencedor das eleições.

Em 2012, a aliança rachou após os liberais apoiarem o julgamento parlamentar que destituiu Lugo do cargo.

Com ambos os partidos novamente juntos, Alegre apresentou neste mês os cinco decretos que assinará caso chegue ao governo. Entre eles está a redução do custo da conta de luz, com base no fato de que o país conta com duas grandes usinas hidrelétricas: Itaipu, compartilhada com o Brasil, e Yacyretá, com a Argentina.

Além deste decreto, Alegre prometeu saúde básica gratuita, um salto qualitativo e quantitativo no setor da educação e a convocação, da mesma forma que Abdo, de uma Assembleia Nacional Constituinte para sanear o Judiciário.

As pesquisas de maior impacto, divulgadas pelos maiores jornais ("ABC Color" e "Última Hora"), mostram Abdo como vencedor, com uma vantagem média de 25 pontos sobre Alegre.

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