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Adolescentes começam a ser vacinados contra HPV este mês

Fonte: Assessoria de Comunicação da PMC em 13 de Março de 2018

Neste mês de março, a Secretaria Municipal de Saúde vai desenvolver junto aos adolescentes de 11 a 14 anos, conscientização e convocação para vacinação contra HPV. O mês marca o período para segunda dose de quem foi vacinado na campanha do ano passado, podendo neste mês ser realizada a primeira nos que entraram na faixa etária. Contra o vírus é necessário tomar duas doses da vacina, com a diferença de seis meses de uma para a outra.

Conforme Juciane Teixeira, responsável pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) no Município de Corumbá, a estratégia deste ano será o agendamento de estudantes para a imunização nas escolas. Tanto as municipais quanto as estaduais devem participar da ação, ficando a critério da direção das instituições privadas aderirem ou não. Em 2017, durante intensa campanha realizada pelo Governo Federal no mês de agosto, 1.399 meninas e 648 meninos de Corumbá da faixa etária preconizada receberam a primeira dose, além de cerca de 800 adolescentes vacinados fora da campanha.

Divulgação

Imunização completa acontece depois de duas doses

Além do agendamento nas escolas, os adolescentes podem recorrer às Unidades Básicas de Saúde que tenham salas de vacina, que são: Beira Rio, Breno de Medeiros I, Breno de Medeiros II, Ênio Cunha I, Fernando Moutinho I, Fernando Moutinho II, Gastão I, Gastão II, Humberto Pereira, Lúcia Maria I, Lúcia Maria II, Luís Fragelli, Nova Corumbá, Padre Ernesto Sassida, Pedro Paulo II e Popular Velha. Para vacinação é necessário apresentar Cartão do SUS. Mesmo os estudantes que serão vacinados nas escolas precisam apresentar também o cartão.

Como funciona a vacina

Conforme o Ministério da Saúde, a vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pela pessoa vacinada, a presença desses anticorpos no local da infecção e a sua persistência durante um longo período de tempo. Essa vacina é destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem ainda efeito demonstrado nas infecções pré-existentes ou na doença clínica estabelecida.

Outro aspecto relevante é que a vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação, quando presentes, são leves e autolimitados. Eventos adversos graves são muito raros, entretanto, quando acontecem, necessitam de avaliação e assistência imediata e adequada de profissionais devidamente qualificados na rede de serviço do SUS. É importante lembrar que a vacina não substitui o exame preventivo de câncer de colo uterino.

O exame preventivo (de Papanicolaou ou citopatológico) pode detectar as lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos. O exame deve ser realizado preferencialmente pelas mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram atividade sexual.

Médico explica a importante da vacinação na adolescência

Para o ginecologista e obstetra Carlos Eduardo Slaibi Conti, que atende no Centro de Saúde da Mulher, a convocação de adolescentes para vacinação no Município é uma iniciativa muito importante. “Existe protocolo hoje da Sociedade Brasileira de Patologia Cervical Uterina que você dê a vacinação o mais precoce possível, já aos 09 anos de idade, para melhorar prognóstico em relação a não ter o câncer do colo do útero. Com a vacinação, inclusive, você reduz a quantidade de preventivos que a mulher faz na vida”, afirmou o médico.

“Na América e na Inglaterra, por exemplo, a mulher que toma essa vacina passa a fazer preventivo às vezes a cada três anos e isso gera um custo menor para a saúde, necessitando de menos profissionais envolvidos na prevenção. Isso porque se você aplica a vacina, no futuro, você tem menos necessidade de colher novos preventivos”, completou.

No Brasil, na rede privada de atendimento à saúde, há disponibilidade dessa vacina para mulheres adultas. Conforme Conti, existe consenso que até os 26 anos a vacina deve ser aplicada, mas já há pesquisadores falando dessa aplicação até os 45 anos de idade, porém, ainda não é consenso.

O médico explicou que o HPV é um vírus ligado diretamente à região do trato genital masculino e feminino, não vive externamente e é frequentemente transmitido sexualmente. “Com a descoberta de novas cepas do vírus, através de exames mais modernos, foi detectado que ele pode ser transmitido por via vertical através do parto e a menina já pode apresentar a proteína do vírus logo após o nascimento. Como esses são estudos mais novos, a medicina vai melhorando o diagnóstico e descobrindo que o vírus existe na vagina frequentemente”, afirmou o médico.

No entanto, ele esclarece que há vários tipos de vírus HPV, sendo um grupo de baixo risco (tipo A) e outro de alto risco (tipo B). Os tipos mais perigosos para a mulher são o HPV-11, HPV-18 e HPV-45 porque apresentam a capacidade de transformar célula normal em célula anormal, podendo, no futuro, com o desenvolvimento dessa célula, levar ao câncer de colo do útero. “Acredita-se hoje que 99% dos casos de câncer do colo do útero são HPV dependentes, então, na verdade, a prevenção desse câncer é a vacina contra o HPV”, afirmou Conti.

Ele disse ainda que é importante saber que nem todo HPV leva ao câncer de colo do útero, somente os que são de alto risco. “O HPV que se manifesta na pele, geralmente é o de baixo risco, do grupo A, esse a vacina não previne. Mas o HPV de alto risco, que é o que provoca o câncer de colo do útero, é prevenido pela vacina. É importante que a mulher tenha consciência que o exame preventivo é justamente para diagnosticar o HPV de alto risco, a lesão que ele provoca no colo do útero. A vacina previne exatamente esse HPV”, explicou o ginecologista.

É verdade também que o homem pode ter o vírus e não saber, já que nele geralmente é imperceptível, e acaba transmitindo para a mulher sem saber. Por isso, a importância da vacinação também nos meninos.

A vacina é segura

Alguns pais têm receio de permitir a vacinação de seus filhos por inúmeros motivos. No entanto, o ginecologista garante que não há nada científico que ligue a vacina contra HPV com o adiantamento do processo de puberdade das crianças ou que faça mal a elas. “Toda vacina provoca uma reação imunológica no corpo humano. Existem algumas reações colaterais como náuseas, mas nenhuma complicação grave. Houve boatos no passado sobre mortes de crianças, mas isso é algo extremamente raro e acontece geralmente quando a criança tem algum problema e que, por isso, não poderia tomar a vacina, como doenças que mexem com o sistema imunológico, a exemplo do HIV e outras enfermidades. Nesses casos, a vacina é contraindicada”, finalizou Conti. As informações são da assessoria de comunicação da PMC.

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