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PF prendeu boliviano acusado de roubos quando ele tentava entrar no Brasil por Corumbá

Lívia Gaertner em 01 de Março de 2018

O ministro de Governo da Bolívia, Carlos Romero, confirmou na noite de quarta-feira, 28 de fevereiro, que o homem flagrado numa foto, que viralizou nas redes sociais do país, tentando atravessar a fronteira com o Brasil, pela cidade de Corumbá, é um dos três acusados de roubos a condomínios na cidade de Santa Cruz de La Sierra.

Reprodução/El Deber

Acusado deveria ter se apresentado à Justiça bolivina na segunda-feira, mas foi flagrado tentando entrar no Brasil na quarta, 28 de fevereiro

Conforme informações do jornal El Deber, o acusado tentava pedir asilo político no Brasil alegando ser perseguido pelo Governo por integrar movimento intitulado 21-F que luta contra a recandidadura do presidente Evo Morales.

Porém, durante a troca de informações entre a Polícia Federal do Brasil e a FELCC (Força Especial de Luta contra o Crime, da Bolívia), a entrada do cidadão boliviano, identificado como Lino Pietro Banegas em mandado de prisão da Justiça boliviana, não foi autorizada devido a seus antecedentes e os motivos de sua prisão, ocorrida em fevereiro no país vizinho.

Conforme informações passadas pela Polícia Federal repassadas ao Diário Corumbaense, a Lei de Migração do Brasil impede o ingresso no país de pessoa condenada ou que esteja respondendo a processo em outro país por crime doloso.

O acusado foi entregue para a Polícia Boliviana de Puerto Quijarro que imediatamente procedeu o deslocamento para Santa Cruz de la Sierra.

Entenda o caso

O homem que tentou cruzar a fronteira com o Brasil é acusado de cometer roubos em condomínios da capital cruceña. O ato criminoso que mais repercutiu e foi atribuído ao trio aconteceu no dia 03 de janeiro numa residência do condomínio “La Hacienda”, localizado na região do quinto anel da avenida Beni,  onde a proprietária alega até hoje não ter recuperado seus bens que foram roubados durante sua ausência devido a uma viagem. Na oportunidade, os ladrões levaram um cofre com 20 mil dólares, 57 mil bolivianos, joias e documentos.

Reprodução/El Deber

Homem flagrado pelo clique é um dos três acusados de roubos a condomínios na cidade de Santa Cruz de la Sierra

No último dia 23 de fevereiro, a Polícia Boliviana anunciou que havia capturado os ladrões. Um trio foi detido quando, de acordo com as forças policiais, estaria supostamente planejando mais um roubo cujo alvo seria uma casa onde tinham informações de haver a quantia de 600 mil dólares. Junto a eles, também foi apreendida uma arma de ar comprimido. Os três envolvidos confessaram em vídeos o roubo ocorrido na casa do condomínio La Hacienda e levaram os policiais até onde esconderam o cofre, que foi apreendido como prova.

Entretanto, o promotor Freddy Larrea questionou o procedimento policial ao afirmar que não houve a presença de nenhum membro do Ministério Público durante o depoimento dos acusados tampouco durante a coleta do cofre. Acrescentou ainda que há relatórios forenses que afirmam que o trio foi submetido a atos vexatórios e torturas. “Ninguém está afirmando que são inocentes ou culpados, mas a forma como as provas foram obtidas”, afirmou o promotor Freddy Larrea, segundo o jornal El Deber.

Devido a esse fato, o trio foi solto por uma promotora da capital crucenha e citado para comparecer a Justiça na segunda-feira, 26, para novos depoimentos, porém apenas um deles cumpriu o determinado pelas autoridades.

O homem detido na fronteira alegou que não se apresentou na data demandada pela Justiça porque estaria internado devido a golpes que sofreu durante a ação policial, entretanto ao receber a alta, ele seguiu para a fronteira onde foi reconhecido em uma foto quando esperava o atendimento a procedimentos migratórios no posto da Polícia Federal do Brasil.

No final da tarde de quarta-feira, 28 de fevereiro, o promotor Larreya afirmou que as suspeitas que recaiam sobre o procedimento de obtenção de provas pela Polícia Boliviana foram "corrigidas", evitando que as mesmas não fossem sustentadas durante os atos judiciais.