Campo Grande News em 24 de Janeiro de 2018
Policiais militares ambientais foram acionados por moradores de uma propriedade rural de Três Lagoas, distante 338 quilômetros de Campo Grande, após encontrarem um macaco da espécie Bugio ferido, na tarde de ontem (23). A preocupação, apesar de o Estado estar fora de alerta, é para o vírus da febre amarela, por conta dos ferimentos no animal.
Mesmo com a pequena chance de o animal estar infectado com a doença, material para exame deve ser coletado ainda hoje (24) por equipe do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) do município, que esteve na região rural para coletar amostras e o animal morto.
“Acreditamos que tenha sido vítima de algum outro animal, pois os ferimentos se assemelham a mordidas. Mesmo assim, principalmente pela quantidade de ferimentos, o animal foi recolhido e levado para o quartel local da PMA para coletarmos amostras de sangue que serão analisadas para constatar se há o acometimento por alguma doença", afirmou Hugo Nogueira Faria, veterinário e coordenador do CCZ local, em entrevista ao site JP News.
O material coletado será trazido para Campo Grande, em um prazo máximo de 24 horas, onde será avaliado.
Outro caso
Material coletado de um macaco encontrado morto em uma fazenda entre os municípios de Rio Brilhante e Maracaju, a aproximadamente 160 quilômetros da Capital, será enviado nesta quarta-feira para São Paulo.
Por lá, exames poderão comprovar se foi a febre amarela que matou o animal. As amostras coletadas serão enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, laboratório em São Paulo (SP). Não há prazo para o resultado da análise clínica sair.
Casos em humanos
Apesar de nenhum caso de febre amarela ter sido confirmado no Estado, dos 145 casos da doença em investigação no país, três são de pessoas que podem ter sido contaminadas em Mato Grosso do Sul. O dado também consta no último boletim epidemiológico do ministério.
De acordo com a SES (Secretaria de Estado de Saúde), as notificações não foram feitas por Mato Grosso do Sul e os pacientes com suspeita da doença são tratados em São Paulo, sendo que os casos foram informados ao Ministério por meio da secretaria de saúde do Estado vizinho.
A SES informou ainda, por meio da assessoria de imprensa, que sequer havia sido avisada das investigações e que pediu esclarecimento ao ministério.
Durante todo o ano de 2017, segundo a SES, seis macacos foram encontrados mortos no Estado, mas os resultados de exames foram negativos para a doença. Os primatas foram encontrados em Corumbá (2), Dourados (1), Ladário (1) e Campo Grande (2).
Não é o macaco que provoca a doença, mas o mosquito que transmite o vírus para os bichos e humanos. As mortes de macacos apenas podem funcionar como indicativo da circulação do agente causador.
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