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Falta de captação de recursos transfere FASP para 2018

Lívia Gaertner em 26 de Outubro de 2017

O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, através do secretário estadual de Cultura e Cidadania, Athayde Nery, anunciou, durante coletiva realizada na tarde desta quinta-feira, 26 de outubro, em Campo Grande, que a 14ª edição do FASP - Festival América do Sul Pantanal – não irá mais ocorrer este ano.

O anúncio, que surpreendeu a muitas pessoas, pois já havia confirmado entre as atrações o rapper Criolo e artistas sul-mato-grossenses, contou com a presença do prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, já que a Prefeitura é uma das parceiras na realização do evento que, desde sua criação em 2004, é realizada pelo Governo do Estado na cidade pantaneira.

Nery alegou, entre outros motivos, dificuldades na captação de recursos de empresas patrocinadoras pela Lei Rouanet, a qual o evento foi credenciado pelo MinC - Ministério da Cultura para a captação de 2,4 milhões de reais.

Chico Ribeiro/Governo do Estado

Secretário de Cultura, Athayde Nery, e o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (à esquerda), durante anúncio

“O governador e o prefeito avaliando as questões deste momento, de um processo de análise quanto à data do evento, detectou-se que novembro era complicado do ponto de vista de queimadas na cidade, suspensão da pesca, ou seja, do ponto de vista econômico e turístico tinha suas dificuldades. Também com relação à exiguidade do tempo, em que pese termos construído uma série de encaminhamentos. A própria captação de recursos com a Lei Rouanet, tínhamos as empresas, mas também, neste momento, elas enfrentam alguma dificuldade”, disse o secretário ao lembrar que o Governo irá pedir prorrogação do prazo junto ao MinC.

Durante a coletiva, o secretário destacou que a decisão foi algo bastante ponderado e debatido de forma conjunta com a Prefeitura de Corumbá, cidade que deverá receber o evento no primeiro semestre de 2018.

“Achamos por bem, em conjunto com  o governador, em conversa com o prefeito Ruiter, adiar o FASP mantendo todo o seu conceito, com os editais que fizemos, para maio de 2018. À primeira vista, será na data de 06 a 13 de maio, mês em que o Festival foi concebido”, declarou ao lembrar que o Governo já estava num processo de conclusão do evento dentro do conceito de Cidadania Cultural, envolvendo 13 países sul-americanos. “Lamentamos não fazer nesse momento, mas todo esse contexto está mantido”, afirmou.

Com relação ao rapper Criolo, atração confirmada e que foi um pedido dos jovens corumbaense, Nery destacou que o Governo buscará um novo contato com a produção do artista para viabilizar nova data, assim como com o sambista Martinho da Vila, que também já estava com negociações avançadas dentro da programação.

Desafio

O prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, destacou que o remanejamento da data do Festival foi uma decisão tomada para fazer com que o evento não perca sua magnitude e importância dentro do cenário cultural e também não comprometa questões fiscais do município no fechamento do ano.

“Pensamos, claro, no crescimento do evento e precisaria o município de Corumbá aportar recursos. Hoje, para nós, está  difícil esse aporte dentro do caixa de recursos próprios do Município. Não teríamos essa disponibilidade, porque a receita do município de Corumbá em comparação com o ano passado caiu cerca de 10% e uma série de ajustes estão sendo feitos no final do ano”, explicou.

Para Ruiter, o adiamento traz novos desafios dentro do conceito do Festival que, segundo ele, deve remeter às origens de suas primeiras edições quando aconteciam discussões e debates sobre a integração sul-americana dentro de várias vertentes, sobretudo a econômica.

“Entendemos que, para fazer um festival da envergadura do América do Sul Pantanal, do propósito que tem, da mensagem que tem, achamos melhor esse adiamento, de modo que não perca sua qualidade, ao contrário. (...) Além da cultura e da arte, que possamos falar também da integração latino-americana, através dos pontos comuns no que se refere ao seu desenvolvimento. A questão da hidrovia e ferrovia são importantes e merecem atenção especial. São essas razões que nos fazem propor o adiamento. Não perder qualidade, ao contrário, um  desafio e compromisso que tenha muito mais envergadura, robustez e condição de fazer o que se propõe cultura, arte e falar de integração latino-americana na questão do desenvolvimento econômico de todo o continente”, avaliou.

Logo após a coletiva de imprensa na Capital, a Assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Cultura e Cidadania divulgou uma nota oficial sobre o adiamento. Confira na íntegra o texto:

FESTIVAL AMÉRICA DO SUL PANTANAL 2018

Com uma proposta mais abrangente para o encontro das águas e das artes, resgatando os grandes debates das fronteiras, seus territórios e sua gente, o Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cultura e Cidadania (SECC), decidiu adiar a décima quarta edição do Festival América do Sul Pantanal (FASP), que seria realizado entre os meses de novembro e dezembro deste ano, em Corumbá.

Em comum acordo com a prefeitura de Corumbá, o Governo do Estado transferiu o tradicional evento internacional para o período de 6 a 13 de maio de 2018. A decisão de governo de adiar o festival reforça a política de criar atrativos durante a alta temporada nos principais destinos turísticos no maior santuário ecológico do País.

Com o fim da pesca, agora em novembro, inicia-se um período de baixa temporada no Pantanal, enquanto em maio o turismo em alta atrairá mais visitantes à região. O Governo do Estado avalia que o festival acontecendo neste período aquecerá a economia de Corumbá e região.

A Fundação de Cultura apresentará novo formato para a décima quarta edição do festival, com a participação já confirmada de 12 países. Mais do que a celebração das manifestações culturais, o FASP reunirá grandes pensadores e gestores do continente para discutir as questões comuns, como a fronteira, o turismo, a geopolítica.

Governo do Estado de Mato Grosso do Sul

Prefeitura Municipal de Corumbá

 

Comentários:

José Mendes: Ao prefeito e aos gestores da PMC, foi a melhor decisão tomada. O planejamento a longo prazo é fantástico. Não sou contra fazer o festival mas sim a favor de uma boa administração. Mas tem que manter o ritmo de trabalho. Os frutos serão fabulosos. Obs: tirem os dois palcos da avenida e o bar oficial deveria ser num casario desse não numa danceteria ou buteco. E ter música decente.