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Dois pesos, duas medidas?

Da Redação em 24 de Outubro de 2017

Existem milhões de brasileiros aguardando uma decisão judicial para definir a vida. Alguns até estão presos e já cumpriram a pena e precisam de um alvará de soltura para voltar à vida normal. Outros precisam ajustar situações ligadas ao patrimônio, para trabalhar, produzir, gerar empregos e impostos. Mas a justiça brasileira é lenta, é morosa, é de tirar a paciência dos mais calmos e sensatos dos cidadãos. 

Nem tanto

Enquanto os processos dos brasileiros se arrastam, o de um ex-ativista italiano já vai ser julgado hoje. O país se vê às votas com Césare Battisti há muitos anos e briga pelo “homem importado” como se não tivesse outras questões mais importantes para tratar. O cara está dando o maior trabalhão para a polícia, já foi preso aqui em Corumbá tentando atravessar a fronteira com 20 mil reais não declarados, e o país ainda vai decidir se o devolve para a Itália, onde foi condenado a prisão perpétua por quatro homicídios na década de 1970. É bem coisa de brasileiro mesmo. 

E do Fisco

Se um brasileiro pobre aparece com 20 mil reais, o fisco logo vai querer saber onde ele arrumou esse dinheiro, como ele conseguiu, se foi trabalhando, traficando ou matando, o cidadão vira bandido na hora, perseguido por cartinhas, intimações, ameaças e até com a prisão. 

Detalhe

Teve muito político que enriqueceu ilegalmente, como está se mostrando na Operação Lava Jato, que nunca foi questionado pelo fisco. Alguns têm declarações de imposto de renda flutuantes, um ano com patrimônio de R$ 10 milhões, no outro, quando a justiça aperta, R$ 1 milhão. E o fisco nada...

Vamos ao Rio de Janeiro

O juiz Marcelo Bretas determinou a transferência do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, para um presídio federal. Bretas alegou que Cabral estaria tendo informações privilegiadas dentro da cadeia em Benfica, depois que, em depoimento, ele (Cabral), falou sobre as atividades da família do juiz. 

Só ele que não sabia

Fizeram dezenas de denúncias contra Cabral, disseram até que ele comia picanha constantemente, tinha acesso a televisão e computador no presídio, e só agora o Bretas foi acreditar. É sempre assim, precisa acontecer com eles para que possam ter certeza de que o fato é real. 

Até porque

Presídio nenhum no Brasil, nem mesmo os federais, têm segurança máxima. São constantes os escândalos de excessos dentro das cadeias. Será que as autoridades deste país vivem em um mundo diferente daquele em que as pessoas comuns vivem?