Da Redação em 13 de Junho de 2016
A solenidade dos 149 anos da Retomada de Corumbá fugiu um pouco do roteiro tradicional. O momento fora do “protocolo” ficou por conta do prefeito Paulo Duarte, que declarou durante discurso – de pouco mais de seis minutos – sua insatisfação com a decisão do Comando do Exército em desativar a 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira “Ricardo Franco”, como antecipou o Diário Corumbaense na edição da terça-feira, 07 de junho, em entrevista com o general de brigada João Denison Maia Correia, comandante da 18ª Brigada.
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Solenidade foi realizada na praça Generoso Ponce
“Não vamos nos conformar, vamos lutar. Isso não vai acontecer pela luta do povo e da sociedade civil. Não aceitamos, não só pela importância estratégica do Oeste brasileiro, que é Corumbá, Ladário e Pantanal, mas pela sua história. País que não honra sua História, não homenageia sua História, não tem presente, nem perspectiva de futuro. (...) Não aceitamos que com justificativa de crise econômica, se desative uma unidade tão importante para a segurança nacional, para a fronteira brasileira, e acima de tudo, para a História desse País. (...) Lutaremos com esforço da sociedade civil para que isso não aconteça, a desativação tem dia, 31 de dezembro. Já começamos a nos movimentar”, declarou o chefe do Executivo corumbaense dizendo ter comunicado a bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional sobre a decisão na tentativa de reverter a decisão militar.
Três portarias do Comandante do Exército, publicadas no Boletim do Exército do dia 27 de maio deste ano, trazem a determinação oficial para a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira “Ricardo Franco”. A portaria número 544, em seu artigo 1º, determina “providências para a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, com sede em Corumbá (MS), subordinada ao Comando Militar do Oeste, podendo vir a ser reativada em Macapá (AP), conforme o Plano Estratégico do Exército”. O segundo documento administrativo, de número 545, “desativa a Companhia de Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira” com sede em Corumbá, “a partir de 31 de dezembro de 2016”. Por fim, a portaria nº 546 traz a ordem para de “desativar a 18ª Companhia de Comunicações, com sede em Corumbá (MS), a partir de 31 de dezembro de 2016”.
Segundo nota do Comando Militar do Oeste (CMO) as "transformações" realizadas pelo Exército Brasileiro não acarretarão "diminuição dos efetivos do segmento operacional” na unidade militar corumbaense.
Com exceção do discurso do prefeito contra a decisão de desativar a 18ª Brigada e de ter sido realizada na praça Generoso Ponce – o Jardim da Independência passa por reformas –, a cerimônia de aproximadamente 40 minutos, seguiu o curso tradicional.
Cerimônia contou hasteamento das bandeiras Nacional, do Estado e do Município
Houve o hasteamento das bandeiras Nacional, do Estado e do Município; leitura de texto comemorativo à data destacando o “empenho dos brasileiros que sacrificaram suas vidas para retomar Corumbá”; discurso do comandante do 6º Distrito Naval e a homenagem ao marechal Antônio Maria Coelho, herói da Retomada, com o depósito de material militar no busto provisoriamente montado na praça Generoso Ponce, na avenida General Rondon, para a solenidade.
Breve História da Retomada
A Retomada de Corumbá pelo Exército Brasileiro durante a Guerra é feriado municipal instituído pela lei número 0985 de 1987. O dia 13 de junho marca a expulsão das tropas paraguaias que ocupavam a região de Corumbá, na então província de Mato Grosso, em função da Guerra contra o Paraguai. Em janeiro de 1865, Corumbá e o Forte de Coimbra foram militarmente tomados por tropas paraguaias lideradas pelos coronéis Vicente Barrios e Izidoro Resquin. A missão deveria tomar o Forte de Coimbra, as Vilas de Albuquerque, e de Corumbá.
Em 1867, o presidente da província de Mato Grosso, Couto Magalhães, decidiu pela retomada do território para o Império Brasileiro e iniciou os preparativos militares elaborando a estratégia das operações, que ficou sob o comando do então tenente-coronel Antônio Maria Coelho. No dia 15 de maio de 1867 teve início a ação militar para a Retomada de Corumbá com a partida das tropas do Porto de Cuiabá, acampando em nas proximidades de Corumbá às 18 horas do dia 12 de junho.
Material militar foi depositado no busto do herói da Retomada, marechal Antônio Maria Coelho
Já na madrugada do dia 13, a tropa toma rumou para o norte caminhando pelas margens do rio Paraguai. Depois de 25 quilômetros de marcha, param os soldados já perto da vila de Corumbá, para observação e plano tático de seus comandantes. Às 14 horas começam os ataques em pontos distintos, que duraram até às 18 horas. As tropas brasileiras perderam ao todo nove homens, dentre os quais, o tenente Manoel de Pinho e o capitão Cunha e Cruz. Outros 27 homens ficaram feridos. Foram aprisionados 27 paraguaios, do total de uma tropa de 200 homens, que havia se instalado Corumbá. Com informações do site Portal Mato Grosso.
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