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Em nota, CMO diz que "transformações" na Brigada não vão reduzir efetivo em Corumbá

Da Redação em 08 de Junho de 2016

Três portarias do Comandante do Exército, publicadas no Boletim do Exército do dia 27 de maio deste ano, trazem a determinação oficial para a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira “Ricardo Franco”, como informou o Diário Corumbaense na edição da terça-feira, 07 de junho, em entrevista com o general de brigada João Denison Maia Correia, comandante da 18ª Brigada.

A portaria número 544, em seu artigo 1º, determina “providências para a desativação da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, com sede em Corumbá (MS), subordinada ao Comando Militar do Oeste, podendo vir a ser reativada em Macapá (AP), conforme o Plano Estratégico do Exército”. O segundo documento administrativo, de número 545, “desativa a Companhia de Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira” com sede em Corumbá, “a partir de 31 de dezembro de 2016”. Por fim, a portaria nº 546 traz a ordem para de “desativar a 18ª Companhia de Comunicações, com sede em Corumbá (MS), a partir de 31 de dezembro de 2016”.

Arte: Ricardo Albertoni/Foto: Anderson Gallo

Portarias do Comando do Exército trazem determinações para desativação da Brigada

A notícia causou reações contrárias à decisão. O prefeito Paulo Duarte se mostrou bastante insatisfeito e indignado com a decisão do Exército Brasileiro. “Acho um profundo desrespeito com a cidade de Corumbá”, disse ele informando que espera ver a decisão revertida. O chefe do Executivo ressaltou que a medida vai contra o convênio assinado ano passado entre Prefeitura e Exército, em que o Município cedeu uma área para construção da nova sede da Brigada, que seria ampliada.

No Facebook, a notícia a respeito das portarias do Comando do Exército de desativar a unidade militar corumbaense rendeu comentários por parte dos internautas. Houve quem se manifestasse dizendo: “agora pensa o que será de Corumbá”, “nossa o Brasil Tá virando o país do já teve” ou “general só em campão, pra variar”. Houve ainda os que lamentaram: “muito triste isso”, “triste notícia” ou simplesmente “que pena”. Teve quem comentasse que “seria um triste fim para uma unidade histórica” ou que discordaram da decisão dizendo: “não concordo com a desativação da brigada Ricardo Franco, é de extrema importância para a região oeste brasileira”. Até disseram: “só não tiram o rio Paraguai de Corumbá porque não tem jeito”.

Em nota, encaminhada à redação do Diário nesta quarta-feira, 08 de junho, o Comando Militar do Oeste (CMO) informa que as “transformações” realizadas pelo Exército Brasileiro e que abrangem a unidade militar corumbaense “atendem à atualização da Concepção Estratégica do Exército, subsidiada por indicações provenientes de Diagnóstico Estratégico e de Cenários Prospectivos”.

Dentro deste cenário, explica a nota, a 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira passará por “transformações”, mas sustenta que “não haverá diminuição dos efetivos do segmento operacional”. As adequações são as seguintes: “transformação do Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira em Comando do Grupamento de Fronteira, transferido de CORUMBÁ para CAMPO GRANDE”. (...) “O 17º Batalhão de Fronteira, com sede em CORUMBÁ, por sua vez, terá sua estrutura majorada para otimizar seu emprego operacional. (...) “a 3ª Companhia de Fronteira (FORTE COIMBRA) será transformada em Pelotão Especial de Fronteira, com a substituição dos efetivos administrativos por pessoal operacional, com uma estrutura mais ágil e eficiente, inteiramente voltada para as operações de fronteira”.

Confira abaixo a íntegra da nota do Comando Militar do Oeste.

MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

COMANDO MILITAR DO OESTE

NOTA DE ESCLARECIMENTO

TRANSFORMAÇÕES EM UNIDADES DE FRONTEIRA

1. As transformações em curso no Exército, entre as quais se insere a da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira, atendem à atualização da Concepção Estratégica do Exército, subsidiada por indicações provenientes de Diagnóstico Estratégico e de Cenários Prospectivos.

2. Nessa concepção, distingue-se a de organizar as Forças Armadas sob a égide do trinômio monitoramento/controle, mobilidade e presença, o que tem sido realizado ao longo de toda a fronteira oeste, com a criação de Pelotões Especiais de Fronteira em substituição aos antigos e modestos Destacamentos de Fronteira, e, ainda, com a instalação de uma extensa rede de equipamentos de sensoriamento (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras- SISFRON), a modernização dos meios de deslocamento terrestre, fluvial e aéreo e um aprimorado adestramento da tropa da região.

3. Neste contexto, são as seguintes as TRANSFORMAÇÕES da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira:

- Transformação do Comando da 18ª Brigada de Infantaria de Fronteira em Comando do Grupamento de Fronteira, transferido de CORUMBÁ para CAMPO GRANDE, que permitirá uma melhor coordenação de comando e apoio logístico para todas as Organizações Militares sediadas na fronteira e na integração com órgãos e instituições de segurança pública, ambientais e de vigilância sanitária. Importante salientar que a antiga e a nova estrutura executam tarefas de comando e controle, não interferindo na capacidade operacional, ao contrário facilitando suas coordenações estando na capital, onde se encontram os níveis de coordenação dos órgãos citados.

 - O 17º Batalhão de Fronteira, com sede em CORUMBÁ, por sua vez, terá sua estrutura majorada para otimizar seu emprego operacional.

- A 2ª Companhia de Fronteira, em PORTO MURTINHO, terá seu efetivo reforçado com um Pelotão Especial de Fronteira, aumentando substancialmente seu poder de combate.

 - A 3ª Companhia de Fronteira (FORTE COIMBRA) será transformada em Pelotão Especial de Fronteira, com a substituição dos efetivos administrativos por pessoal operacional, com uma estrutura mais ágil e eficiente, inteiramente voltada para as operações de fronteira.

4. Assim, não haverá diminuição dos efetivos do segmento operacional, que serão aumentados, nem solução de continuidade no cumprimento das missões de vigilância estratégica, repressão aos ilícitos transfronteiriços e de garantia da lei e da ordem, atribuídas às Organizações Militares de Fronteira.

5. Por fim, as alterações a serem implantadas buscam atender o que preconiza a Estratégia Nacional de Defesa no que diz respeito a manter Forças Armadas modernas, integradas, adestradas e balanceadas, com crescente profissionalização, operando de forma conjunta e adequadamente desdobradas no território nacional.

COMANDO MILITAR DO OESTE

EXÉRCITO BRASILEIRO

BRAÇO FORTE – MÃO AMIGA”

 

Comentários:

valmeron sales de amorim: Ja estava dificil com a brigada aqui em Corumba agora vai ficar pior ainda.Que as autoridades se mobilizem e digam nao a esta tranferencia.disfarcada de reformulacao.nao concordo com isto.

Julio Cesar da silva: Vai continuar com o mesmo efetivo! Só que na nova unidade ou seja em campo grande