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Com proibição da pesca, empresários aproveitam temporada para reformar embarcações

Caline Galvão em 09 de Novembro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Na época da Piracema, é realizada toda a manutenção das embarcações

Com o início da piracema no dia 05 de novembro, o turismo de pesca na região pantaneira fecha até o final de fevereiro e as empresas aproveitam para realizar manutenção completa nas embarcações. São quatro meses sem atividade lucrativa no ramo, mas alguns empresários já estão se organizando para promover eventos e passeios, a fim de não perder dinheiro no período.

Guilherme Rolon contou ao Diário Corumbaense que o barco-hotel que ele gerencia começará a viajar no período do “pesque e solte”, depois do dia 15 de fevereiro. Ele explicou que a embarcação não trabalha mais apenas com turismo de pesca, que tem se adaptado e se apegado a outras oportunidades.

“A partir do fechamento para a pesca, o barco começa a fazer passeios e eventos, já tem marcada viagem para o Réveillon, tudo dentro de uma programação. Lógico que nós vamos ter um período para o barco entrar em reforma, verificar toda a manutenção, principalmente porque neste ano viajamos muito, tivemos muitas viagens de pesca, vai ter em torno de 50 dias para a reforma do barco. A gente já fez uma programação inteira para atender os clientes e realizar a manutenção”, explicou Guilherme.

A empresária Raquel Amaral afirmou que durante a piracema é realizada toda a manutenção do seu barco-hotel, a fim de prepará-lo para a nova temporada. “Desde manutenção mecânica até a parte de reposição, solda, peças, tudo é checado e feito. A parte de pintura, tudo é revisado”, afirmou Raquel que estava com a embarcação atracada no Porto Limoeiro já realizando reformas.

Ela pontuou que mesmo sem o turismo de pesca, este não é um período ruim para os negócios. “Com relação à piracema, é um período necessário para a reprodução dos peixes, é uma época em que a pesca realmente tem que ser cessada, mas a gente aproveita  para fazer a manutenção necessária e a tripulação descansa”, disse.

Quanto ao turismo contemplativo, Raquel Amaral afirmou que sua empresa já detectou essa oportunidade de mercado e por ser um ramo que envolve muitos gastos, deve ser bem estudado. “O Pantanal está aí, a gente tem uma natureza exuberante, vai passar a ser mais explorado, mas realmente tem que ser bem programado, principalmente essa parte de barco-hotel que é bem dispendiosa, até para deslocamento”, disse.

“O turismo contemplativo não vai ser barato porque envolve muita coisa, inclusive combustível para deslocamento da embarcação, mas, com certeza, é um novo filão do mercado e que estamos já nos preparando para entrar na próxima temporada e que com certeza será um segmento muito forte aqui em Corumbá”, completou Raquel a este Diário.

São quatro meses dedicados às vistorias necessárias para a próxima temporada

Para Joice Carla Santana Marques, a crise financeira que afetou o Brasil dificulta essa temporada de piracema. “Esse é um período que não tem a possibilidade de ganho, então, uma empresa que trabalha oito meses, mas que tem que sobreviver em 12, enfrenta dificuldades como qualquer empresa hoje no Brasil. A gente não trabalha oito meses, a gente tem a possibilidade de trabalhar oito meses e só trabalha esse período quem tem vendas. Com o país em crise, o turismo de pesca é o último objeto de desejo que a pessoa tem”, comentou.

Joice afirmou que a embarcação passa por reformas e há sete vistorias da Marinha e uma delas é tirar o barco, colocar ele no seco, limpar, reformar o casco e pintar. “As vistorias que a gente enfrenta no final do ano são muito longas, então três meses é pouco pela manutenção que a gente faz porque quando a gente entra na temporada, precisa estar com os barcos sem problema nenhum, com o máximo de organização possível para que não quebrem no meio da temporada porque se quebrar é prejuízo. São quatro meses destinados à reforma”, disse a empresária.

Proibição vai até 28 de fevereiro

No Mato Grosso do Sul, está proibida a captura de peixes em toda a bacia hidrográfica do rio Paraguai, incluindo seus afluentes, lagos, lagoas marginais, reservatórios e demais coleções de água sob domínio da União e dos Estados. Essa proibição vai de 05 de novembro até o dia 28 de fevereiro de 2016, quando termina o período de reprodução dos peixes.

A lei 9.605/98 prevê prisão de um a três anos aos autuados por pesca predatória, enquanto o Decreto Federal 6514/2008, que regulamenta a parte administrativa desta Lei, prevê multas de R$ 700 a R$ 100 mil e mais R$ 20  por quilo do pescado irregular. Na Bacia do rio Paraguai será permitida somente a pesca de subsistência para o morador ribeirinho. A pesca de subsistência é para manutenção da vida, ou seja, para pessoas que dependem da proteína do peixe para sobreviver. Podem capturar 3 kg, ou um exemplar de pescado, não podendo comercializar de forma alguma. Permite-se ainda a pesca científica, devidamente autorizada pelo órgão ambiental.

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