PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Alunos, professores e técnicos cobram conclusão da sede do IFMS

Caline Galvão em 17 de Agosto de 2015

Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Conclusão do prédio da sede definitiva do Campus faz parte da pauta de greve dp IFMS

Professores, técnicos administrativos e alunos do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul realizaram ato de protesto no último sábado (15) contra a paralisação da construção da sede definitiva do campus em Corumbá. Em frente à construção, na rua Pedro de Medeiros, bairro Popular Velha, o grupo cantou “Parabéns pra você” como ironia pelo “aniversário” de cinco anos de obra inacabada. O objetivo é despertar a atenção da sociedade para o problema. A manifestação contra a interminável obra faz parte da pauta da greve dos servidores e docentes do IFMS.

A obra, iniciada no final de 2010, deveria ter sido concluída em 2012, mas hoje não há previsão para entrega. Segundo Victor Gonçalves, representante do Campus no Sindicato que abrange técnicos e professores, sem sede própria os alunos perdem em condições ideais de pesquisa em laboratório e Corumbá perde na geração de trabalho e emprego. “Sem a sede, o campus não consegue crescer e, com isso, a gente não consegue aumentar o número de vagas para estudantes, de bolsas, de postos de trabalho para docentes, além do quadro profissional daqui para formar nossos estudantes”, afirmou ao Diário Corumbaense.

O projeto final da nova sede abrange espaço bem maior e mais adequado para o desenvolvimento das atividades do IFMS. Além de toda infraestrutura específica para os laboratórios, está prevista na obra a construção de restaurante, espaço para atividades físicas e área de lazer. “Nós temos laboratórios que requerem um alto consumo de energia, isso exige uma estrutura que no campus provisório não existe. Há vários maquinários de alto consumo de energia que não podemos utilizar. Como resultado, as pesquisas de maior envergadura não podem ser realizadas em Corumbá”, ressaltou Victor, ao se referir especialmente às atividades do curso de metalurgia.

Ele disse que por causa dos problemas estruturais, a evasão é muito alta no campus. “Os estudantes acabam tendo seu potencial de pesquisa limitado, refletindo no número de formação de estudantes porque eles não conseguem realizar com plenitude a pesquisa.” O representante sindical informou ainda que a última assembleia realizada em conjunto com docentes e servidores da UFMS e do IFMS, resultou em uma pauta unificada que trata de questões básicas de alimentação e ensino até condições dos laboratórios e organização mais adequada dentro do IFMS.

Obra iniciada no final de 2010, tinha promessa de ser entregue em 2012

A estudante Ane Gabriele Santos, cursa metalurgia desde 2011 e vai se formar no final de 2015. Desde que começou o curso houve a promessa da construção da nova sede. Ela afirmou que no início, até ventiladores eram levados para a sala de aula pelos alunos e professores. As salas de laboratório são inadequadas e pequenas e, por conta disso, muitos estudantes desistiram do curso. “Quando foi instalado o ar-condicionado a gente não podia nem ligar porque a instalação elétrica da sede provisória não aguenta e sempre caía a fase”, comentou Ane.

“É sempre a mesma enrolação e, ao final de tudo, estamos aqui em 2015 fazendo essa greve para ver se essa sede sai”, afirmou a estudante. “Nós temos os equipamentos para fazer o laboratório, mas não cabe na sede provisória, não tem rede elétrica adequada, não tem local adequado para estufa.  A gente fica frustrada porque entra para fazer uma coisa e percebe que não é o que realmente foi prometido”, desabafou Ane Gabriele.

O professor de sociologia André Motta acredita que “dinheiro público não pode se deteriorar” e explica que o fato de não ter uma sede própria impede que novos cursos sejam criados e que mais vagas sejam oferecidas. Por não ter sede própria, por ano o campus deixa de oferecer 120 vagas, 80 nos cursos de nível técnico e 40 nos de nível superior tecnológico. “O Instituto está oferecendo o que tem, então conforme as turmas vão se formando, vão entrando outras dentro das possibilidades”, frisou. Ele afirmou que os materiais laboratoriais já adquiridos não podem ser utilizados no prédio atual do campus. “Na sede improvisada, boa parte da estrutura não pode ser aproveitada, tanto em materiais,  no caso dos laboratórios que já foram comprados e estão esperando para serem utilizados”, concluiu.

A este Diário, a assessoria de imprensa do IFMS já havia informado que a obra foi prejudicada pela rescisão do contrato, em 2012, com a empresa vencedora da licitação devido ao descumprimento de obrigações contratuais. A segunda colocada na licitação assumiu a obra em 2013, mas abandonou a construção em novembro de 2014. Em virtude do não cumprimento das obrigações previstas, o IFMS exerceu a prerrogativa de não renovar o contrato, que venceu em fevereiro de 2015. O IFMS informa que está finalizando o levantamento do remanescente do contrato não renovado e após a conclusão deste trabalho, o processo será encaminhado para elaboração de um novo edital de licitação. Mas ainda não há prazo para abertura deste novo processo licitatório.

 

PUBLICIDADE