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Cornucópia: ex-prefeito presta esclarecimentos à Polícia Federal

Ruiter Cunha foi ouvido na tarde desta quinta-feira

Rosana Nunes em 21 de Novembro de 2013

O ex-prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha de Oliveira, foi ouvido na tarde desta quinta-feira (21) pelo delegado da Polícia Federal, Alexandre do Nascimento, sobre as suspeitas que a sua gestão na Prefeitura de Corumbá teria acolhido entre 2007 e 2012 uma rede de servidores municipais que seria especializada em fraudar a folha de pagamento do Executivo Municipal com a intenção de aumentar a margem para contratação de empréstimos consignados do funcionalismo junto a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

O ex-prefeito prestou esclarecimento por pouco mais de três horas, na condição de testemunha, segundo o delegado. "Ele apresentou documentos sobre as providências que tomou no ano passado quando soube de irregularidades no setor de Recursos Humanos e que após auditoria é que ficou ciente da situação. Vamos analisar esses documentos e prosseguir com as investigações", disse ao Diário o delegado Alexandre do Nascimento.

Ainda de acordo com ele, cinco servidores foram ouvidos esta semana e, destes, um confirmou que teria tomado empréstimo no valor de R$ 40 mil e entregue o dinheiro ao ex-gerente de Recursos Humanos da Prefeitura, Wilson Roberto Fernandes, preso na Operação Cornucópia, deflagrada no dia 13 de novembro pela PF e Ministério Público Estadual. O ex-gerente teve a prisão temporária revogada pela Justiça no dia seguinte, na quinta-feira (14). PF e MPE informaram que a suposta rede teria o envolvimento de mais de 100 servidores, mas o delegado não precisou o número de funcionários que serão ouvidos durante o inquérito. 

Ao deixar a delegacia da PF, Ruiter preferiu não dar declarações. Na quinta-feira passada, em entrevista, ele disse que no último ano de seu mandato determinou a realização de uma ampla auditoria na Gestão de Recursos Humanos da Prefeitura por conta de indícios de irregularidades naquela pasta. O trabalho durou aproximadamente dois meses e culminou com o afastamento do então gerente Wilson Roberto Fernandes do comando do setor.