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Bolívia continua enfrentando crise de combustível às vésperas do 2º turno das eleições

Leonardo Cabral em 12 de Outubro de 2025

Reprodução/El Deber

Longas filas são formadas nos postos de combustíveis

A poucos dias do retorno às urnas, no próximo domingo (19), a Bolívia continua enfrentando a crise de abastecimento de combustíveis. A escassez, que atinge todo o país vizinho do Brasil, tem se agravado especialmente em Santa Cruz de la Sierra, cidade localizada a cerca de 650 da fronteira com Corumbá.

Nos postos de combustíveis da Rodovia La Guardia, filas de veículos se estendem por vários quarteirões. Caminhoneiros, motoristas particulares e transportadores de carga esperam horas para conseguir diesel ou gasolina. Na região de fronteira com Corumbá, a situação é semelhante: longas filas se formam diariamente à espera do produto.

A crise ocorre em meio a um cenário de tensão nacional, marcado pela crescente instabilidade energética e por escândalos recentes que atingiram a estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). Denúncias de corrupção agravaram a desconfiança da população em relação à gestão do abastecimento de combustível no país.

Setores em estado de emergência

Diante da falta de respostas concretas das autoridades, setores estratégicos como transporte e agronegócio declararam estado de emergência. Representantes das duas áreas alertam que, se o abastecimento não for restabelecido nos próximos dias, atividades produtivas essenciais correm risco de paralisação, com impactos diretos na economia boliviana.

Luis Áñez, presidente da Câmara de Transportes do Leste, classificou a situação recentemente como “insustentável”. “Estamos praticamente falidos. Apenas duas ou três em cada dez unidades conseguem abastecer, e muitas vezes é preciso esperar de dois a cinco dias”, afirmou.

Áñez responsabilizou o governo e a direção da YPFB pela crise. “O presidente da Yacimientos está agindo de forma irresponsável ao dizer que não há dólares e culpar o ministro pela falta de combustível. Isso beira o ridículo”, declarou. Ele afirmou que cerca de 300 caminhões-tanque estão parados em Palmasola.

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A Câmara de Agricultura do Leste (CAO) também demonstrou preocupação com a escassez de diesel, que ameaça o fim da safra de inverno e o início do plantio de verão. O vice-presidente da entidade, Yamil Nacif, afirmou que o setor enfrenta sérias dificuldades para obter combustível. Segundo ele, são necessários 48 milhões de litros apenas neste mês e cerca de 150 milhões até o fim do ano para garantir a continuidade da produção.

Eleições

No domingo, 19 de outubro, a Bolívia realiza o segundo turno para eleger o presidente do país para o mandato de 2025 a 2030. Os eleitores vão escolher entre Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão, e Jorge "Tuto" Quiroga, da Aliança Liberdade e Democracia.

Eles foram os mais votados no primeiro turno, realizado em 17 de agosto. Paz obteve 32,02% dos votos, e Quiroga, 26,70%.

Com informações do jornal El Deber.

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