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Polícia Ambiental alerta: animal silvestre não é pet e explica quando a captura é necessária

Da Redação em 28 de Julho de 2025

Bruno Rezende/Secom MS

Gambá provavelmente entrou à noite em busca de alimento e não conseguiu sair

Uma funcionária da limpeza de um salão de beleza localizado na região central de Campo Grande levou um susto ao encontrar um gambá dentro de um balde na área de serviço do estabelecimento. O animal aparentava estar preso ou descansando. Assustada, a funcionária começou a passar mal e acionou os demais funcionários.

Diante da situação, a equipe do salão entrou em contato inicialmente com o Corpo de Bombeiros Militar, que orientou a acionar a Polícia Militar Ambiental (PMA). Os policiais foram ao local e realizaram o recolhimento do animal, que não apresentava ferimentos, mas não saía do local e gerava pânico entre os presentes.

Segundo a PMA, casos como esse são mais comuns do que se imagina, principalmente em áreas urbanas próximas a matas, córregos ou reservas naturais. De acordo com o sargento Wagner da Silva Azevedo, que coordenou a ocorrência, a recomendação é não tocar no animal e acionar a PMA para avaliação da situação.

"O gambá provavelmente entrou à noite em busca de alimento e não conseguiu sair. Como o local estava cheio e o animal estava preso, optamos pela captura e posterior reintrodução ao habitat", explicou o sargento. Ele ainda reforçou que, embora não sejam agressivos, os gambás podem morder quando se sentirem ameaçados.

O cabeleireiro Leonardo Martinez, funcionário do salão, relatou que a situação gerou susto, mas serviu como aprendizado. "As meninas se assustaram, e a funcionária ficou muito nervosa. Agora já sabemos o procedimento correto caso aconteça de novo", afirmou.

Bruno Rezende/Secom MS

Captura é realizada apenas quando há risco para o animal ou para as pessoas, ou se ele estiver ferido

A PMA orienta que nem sempre a captura é o procedimento mais adequado. Em muitos casos, o ideal é deixar o animal seguir seu caminho sem intervenção. A retirada é realizada apenas quando há risco para o animal ou para as pessoas, ou se ele estiver ferido.

Se o animal apresentar ferimentos, ele é encaminhado ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) para atendimento veterinário. A PMA destaca que a manipulação inadequada pode agravar o estado do animal e, por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente.

De janeiro a junho deste ano, a PMA atendeu 1.513 ocorrências envolvendo fauna silvestre na Bacia do Paraguai. Desse total, 277 animais estavam saudáveis e 158 feridos. As aves lideraram os resgates, com 53% dos casos. Em Campo Grande, foram registradas 559 ocorrências, com 176 animais em boas condições e 131 feridos. As aves também foram maioria (59%), seguidas por mamíferos (24%) e répteis (17%). Em cerca de 20% dos casos, a captura não foi necessária.

A PMA também reforça que animais silvestres não devem ser tratados como animais de estimação. Alimentá-los ou tentar interagir pode representar riscos e é, inclusive, considerado crime ambiental. A presença desses animais é comum em regiões próximas a áreas verdes, e a recomendação é evitar deixar alimentos ou rações expostas no quintal para não atraí-los.

Há ainda períodos sazonais, como a reprodução de aves entre setembro e novembro, quando filhotes podem ser encontrados no chão. Nem sempre a intervenção é necessária, e a avaliação deve ser feita por técnicos da PMA.

Com informações da Secom/MS.