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Projeto Padrinho busca fortalecer vínculos afetivos com crianças acolhidas em Corumbá e Ladário

Rosana Nunes em 04 de Julho de 2025

Divulgação/TJMS

Maior desafio ainda é proporcionar a convivência familiar a crianças e adolescentes

Cerca de 50 crianças e adolescentes vivem atualmente em instituições de acolhimento nos municípios de Corumbá e Ladário, por determinação judicial. Apesar dos cuidados e da atenção recebidos nessas unidades, a ausência de vínculos familiares segue sendo um desafio ao pleno desenvolvimento emocional dos jovens. Para mudar esse cenário, o Projeto Padrinho, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), atua na criação de laços afetivos e sociais entre voluntários e acolhidos.

“O Projeto Padrinho é uma ferramenta do Tribunal de Justiça que oferece apoio às crianças e adolescentes nas casas de acolhimento. São os antigos orfanatos, que hoje buscamos tornar mais humanizados”, explica o juiz Maurício Cléber Miglioranzi Santos, titular da 1ª Vara Cível da comarca de Corumbá.

Segundo o magistrado, menos de 20% dos acolhidos contam atualmente com padrinhos ou madrinhas – dado considerado preocupante. Ele ressalta que as instituições estão abertas a receber interessados em contribuir com a vida dessas crianças. “As casas de acolhimento oferecem um ambiente saudável, mas o que muitas vezes essas crianças mais precisam é do olhar individualizado. A convivência familiar e o sentimento de pertencimento são fundamentais para o desenvolvimento delas”, afirma.

Entre as quatro instituições da região, está a Casa de Acolhimento Adiles de Figueiredo Ribeiro, que atualmente atende 19 crianças. Segundo a coordenadora Genise Castello, o acolhimento é determinado judicialmente ou por recomendação do Conselho Tutelar, diante de casos de violação de direitos.

“Quando há iminência de violação, a criança é trazida à casa e comunicamos o Fórum em até 24 horas. Trabalhamos para garantir uma rotina próxima à de um lar, com acompanhamento de equipe técnica, incluindo assistentes sociais, psicólogos e pedagogo”, explica Genise.

Ela reforça, no entanto, que o maior desafio ainda é proporcionar a convivência familiar. “Temos boa estrutura física e de pessoal, mas o que buscamos mesmo é a vivência familiar. Os padrinhos podem levar as crianças para passar fins de semana, feriados e datas comemorativas em um ambiente familiar saudável”, completa.

O objetivo principal do acolhimento, segundo Genise, é a reintegração familiar. Caso isso não seja possível, inicia-se o processo de adoção.

Como ser um padrinho ou madrinha

O processo de apadrinhamento é realizado por meio do Fórum de Corumbá. Após uma entrevista com a equipe do serviço social, o interessado começa a frequentar a instituição e pode, posteriormente, ser vinculado a uma criança.

O apadrinhamento pode ocorrer de diferentes formas:

- Afetivo: com visitas e momentos de lazer;

- Financeiro: por meio de contribuições mensais;

- Material: com doações de roupas, brinquedos e outros itens;

- De serviços: como aulas de reforço escolar, atendimento médico ou psicológico.

Para participar, é necessário ter mais de 18 anos. Não há exigência quanto à religião, profissão ou classe social. Empresas e organizações também podem colaborar. Os interessados devem entrar em contato com a 1ª Vara da comarca de Corumbá pelo WhatsApp (67) 99991-0338 ou pelo Facebook.

Projeto completa 25 anos

Criado em 2000 pela Vara da Infância de Campo Grande, o Projeto Padrinho completou 25 anos em 26 de junho. Atualmente, a iniciativa é coordenada pela Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) do TJMS.

O acolhimento institucional ou familiar é aplicado quando não há alternativa de proteção dentro da família extensa. A medida é determinada pela autoridade judicial da Vara da Infância e da Juventude, sempre com foco na garantia dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.

Com informações da assessoria de imprensa do TJMS.

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