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Clima favorável e ações preventivas reduzem em mais de 92% área queimada no Pantanal

Rosana Nunes em 04 de Julho de 2025

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Área queimada no bioma Pantanal caiu de 595.728 hectares em junho de 2024 para 42.840 hectares em junho de 2025

A combinação entre chuvas bem distribuídas e temperaturas mais baixas contribuiu significativamente para a redução quase total dos focos de incêndio no Pantanal durante o mês de junho deste ano. Segundo dados do Informativo Cicoe/Pemif, divulgado na quinta-feira (03), todos os indicadores relacionados ao controle de incêndios florestais apresentaram queda expressiva em comparação ao mesmo período de 2024.

De acordo com o boletim, a área queimada no bioma Pantanal caiu de 595.728 hectares em junho de 2024 para 42.840 hectares em junho de 2025 — uma redução de 92,8%. O número de focos de calor também despencou: de 2.753 para apenas 50, o que representa queda de 98,2%.

Nas terras indígenas localizadas tanto no Pantanal quanto no Cerrado, não foi registrado nenhum incêndio em junho deste ano. Em 2024, essas áreas sofreram com a queima de 56.574 hectares, sobretudo na Terra Indígena Kadwéu, situada no Pantanal. Nas unidades de conservação dos dois biomas, a área atingida pelas chamas caiu de 9.198 hectares para 952 hectares — uma redução de 89,6%.   

Prevenção e preparo contínuos

O secretário executivo do Cicoe/Pemif, tenente-coronel Leonardo Congro, destaca que além das condições climáticas favoráveis, o preparo das equipes e as ações preventivas foram fundamentais para os resultados alcançados.

“Desde 2019, acumulamos experiências em ações de prevenção, preparação e resposta aos incêndios florestais. Em 2025, o Corpo de Bombeiros Militar passou a tratar o tema como uma questão permanente, com ações contínuas ao longo do ano”, explicou. Segundo ele, desde o dia 1º de janeiro, as equipes têm atuado preventivamente nas áreas mais críticas e realizado queimas prescritas em unidades de conservação estaduais.

Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar

Bases avançadas do Corpo de Bombeiros Militar estão instaladas em locais de difícil acesso e com histórico de incêndios florestais

Além disso, mais de 600 brigadistas particulares foram formados para atuar no Pantanal. O treinamento inclui capacitação em condução off-road para motoristas de viaturas e a formação de 27 novos combatentes florestais — bombeiros militares especializados no combate a incêndios em biomas como Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica. Ao todo, o Estado já conta com 99 combatentes formados.

Como reconhecimento pela capacitação, o Mato Grosso do Sul cederá dez combatentes para integrar o grupo de 100 profissionais brasileiros que serão enviados ao Canadá para auxiliar no combate a incêndios naquele país.

Alerta para julho

Apesar dos bons resultados em junho, os meteorologistas do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) alertam para o risco crescente de incêndios neste mês. Entre os dias 1º e 17 de julho, está prevista escassez de chuvas em todo o Mato Grosso do Sul, com temperaturas próximas aos 30°C e umidade relativa do ar abaixo de 30% — condições ideais para a propagação de incêndios florestais.

A previsão para o trimestre de julho a setembro aponta que grande parte do Estado estará em níveis de “Alerta” ou “Atenção” para ocorrência de queimadas. Municípios das regiões Norte, Nordeste e Leste já apresentam nível de “Alerta Alto”, exigindo vigilância constante por parte das autoridades.

Com informações da Agência de Notícias do Governo de MS.