"Heróis da vida real": bombeiros de Corumbá estão sempre de prontidão na região de fronteira

De prontidão para o que der e vier.

É assim que os integrantes do 3° Grupamento de Bombeiros Militar (3° GBM), com sede na avenida Rio Branco, no bairro Universitário — entre as cidades de Corumbá e Ladário — se mantêm ao vestir e honrar a farda.

Entre as principais atividades estão o combate a incêndios em áreas urbanas, rurais, florestais e industriais, além de ações de prevenção e análise de riscos, que incluem o resgate de pessoas em situações de perigo, como em sinistros de trânsito, tanto na área urbana quanto em rodovias como a BR-262, além de afogamentos, desabamentos e ocorrências em locais de difícil acesso. Essas são apenas algumas das várias atribuições dos militares do Corpo de Bombeiros, que celebram nesta quarta-feira, 02 de julho, o Dia Nacional dos Bombeiros.

A região se destaca por abranger não apenas uma, mas duas cidades — Corumbá e Ladário — exigindo dos bombeiros uma atuação ampliada também nas áreas rurais e na vasta região pantaneira.

Somente neste ano, já foram registrados 1.290 atendimentos. Segundo o 3° GBM, entre as ocorrências mais frequentes estão sinistros de trânsito, emergências clínicas e capturas de animais — algumas até inusitadas — como cobras dentro de carros, imóveis ou eletrodomésticos, como fogões, e até jacarés que invadem residências.

Para o primeiro-sargento André Eduardo Marti, que atua há 20 anos na corporação, a data representa “a celebração de heróis da vida real”. Segundo ele, servir na região é uma experiência única, que envolve desafios tanto pela localização geográfica quanto pela natureza das ocorrências atendidas.

“Estamos aqui em Corumbá, no coração do Pantanal. Atendemos uma região pantaneira com dimensões que se comparam às de um estado. Nossas missões envolvem situações de emergência, resgates, acidentes, deslizamentos e calamidades públicas em geral. Esse é o verdadeiro significado do trabalho do bombeiro: representar segurança e esperança em momentos difíceis. Trabalhamos sob pressão, tomamos decisões rápidas e eficazes para que o serviço seja menos doloroso para quem precisa de nós”, destacou Marti.

Ele ressalta que ser bombeiro vai muito além de vestir a farda. Assim como em outras profissões, é necessário constante aperfeiçoamento e capacitação. “Temos uma corporação que está sempre se especializando, adquirindo novos equipamentos e aprendendo novas técnicas”, enfatizou.

“Aqui em Corumbá, por ser um ponto estratégico do estado, lidamos com todos os tipos de ocorrências: incêndios florestais, afogamentos,  acidentes de trânsito, resgates em áreas remotas e de difícil acesso. Por isso, é fundamental estarmos sempre atualizados para atuar com eficiência em qualquer situação”, completou.

Fronteira com a Bolívia

Além das áreas remotas, os militares também estão preparados para atender ocorrências que ultrapassam as fronteiras nacionais. As cidades pantaneiras de Corumbá e Ladário fazem divisa com os municípios bolivianos de Puerto Quijarro e Puerto Suárez.

O sargento Marti explica que, em situações de calamidade ou extrema necessidade, os bombeiros do 3° GBM também prestam apoio em território boliviano.

“Quando há necessidade extrema, a corporação se faz presente também do outro lado da fronteira. Muitas vezes, conseguimos prestar auxílio mais rápido e eficaz, suprindo carências de recursos ou de pessoal do lado boliviano”, relatou.

Além do resgate de vítimas e combate a incêndios, os bombeiros também realizam o atendimento pré-hospitalar com suporte básico de vida, vistorias em edificações, análise de projetos de segurança contra incêndios e ações educativas com a comunidade.

Também atuam em situações de enchentes e deslizamentos, elaboram laudos técnicos, fiscalizam projetos e resgatam animais em risco. As campanhas de conscientização e prevenção junto à população complementam esse extenso e essencial trabalho que vai muito além do atendimento emergencial.

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