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"Destemidas", cachorras enfrentam onça invasora e botam felino para correr

Leonardo Cabral em 26 de Maio de 2025

Reprodução

“Visita” inesperada e indesejada, claro, de uma onça-pintada, vem causando muita preocupação à família de Odney Edson de Souza Torres. Câmera de segurança registrou o momento em que o felino chega de "mansinho" à casa, localizada na rua Marechal Floriano, bairro Generoso, próximo da entrada do Mirante da Capivara, mas acabou  "expulsa" por duas das quatro cachorras da família.

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

Odney e "Leona", a primeira a expulsar a onça do imóvel

Em entrevista ao Diário Corumbaense, Odney contou que o fato ocorreu no dia 23 de maio, às 22h41. Foi graças à "Leona" (de raça indefinida) e "Ana", que a onça saiu correndo do imóvel ao entrar para tentar pegar a poodle “Mia”, que estava nos fundos da residência.

Ele relatou que devido a aparição de onças na região, inclusive já foi registrada a presença do animal na casa dos irmãos da sogra, que vivem logo abaixo do imóvel dele,  decidiu instalar câmeras de segurança e, para sua surpresa, naquela noite, o felino apareceu.

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

"Ana" (à direita) aparece nas imagens correndo atrás do felino

“Escutamos o barulho no quintal. Foi quando percebemos que era uma onça que estava aqui, os cachorros latiam. Ela veio pela praça do Mirante, teve rapidamente acesso pelos fundos da casa e tentou pegar a nossa cadela Mia, porém, a outra cachorra, a Leona, que estava dormindo nessa área se levantou e a colocou para correr. A outra cadela, Ana, que dormia na parte da frente, também a espantou. Foi um susto e tanto”, descreveu Odney. A Mia, que por pouco não foi levada pelo felino, ficou com um ferimento na cabeça.

Na parte dos fundos da casa, a proprietária do imóvel e sogra de Odney, Clara da Silva Pereira Duarte, contou que estava no quarto com o marido, Paulino Duarte, e viu a onça.

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

A poodle "Mia" por pouco não foi levada pela onça; ela ficou com um pequeno ferimento na cabeça

“Estávamos deitados quando escutamos o barulho e os cachorros latindo. Quando abri a porta e vi pela tela, percebi que era uma onça; as cadelas 'aloitaram' e colocaram ela para correr. Na hora em que estava aqui, meu esposo queria levantar e sair, eu tive que segurar a porta até ela ir embora.” Clara gritou para o irmão que mora próximo de sua casa e ele soltou bombinhas, porque o estampido afugenta o animal. “Foi desespero, medo, um momento assustador, agora nem durmo mais quase, fico vigiando”, completou.

Medidas de segurança 

Por não ser a primeira vez que onça-pintada aparece na área, a família, além de câmeras de segurança improvisou um tampão de madeira com tijolos no local que dá acesso aos fundos da residência.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Família adotou algumas medidas de segurança para não ser surpreendida novamente

“Também compramos tela de proteção para instalar aqui. Fica a sensação de medo, pois desde que houve o ataque a dois cachorros na casa do irmão da minha sogra, pedimos que as autoridades competentes viessem até aqui. Depois, ela apareceu na casa da irmã dela e agora aqui em casa. Ligamos até para um telefone da PMA (Polícia Militar Ambiental), mas não conseguimos contato. Vimos há pouco tempo o ataque de uma onça contra o caseiro lá em Aquidauana, e se acontece algo mais grave aqui? Quem se responsabilizará? Queremos que as autoridades nos ajudem”, pediu Odney.

Além disso, ele também falou sobre o prédio de um hotel abandonado. “Quando comprei as câmeras, limpei o quintal, podei os galhos das árvores, pois sei que as onças sobem neles, mas aqui em frente tem um prédio de um hotel abandonado. Pescadores que fazem uso desse local já falaram que a onça anda pelo prédio, alguns chegaram a falar que está cheio de osso de cachorro nesse lugar”, contou ao reforçar pedido de vistoria dos órgãos responsáveis naquela região.

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

Logo que anoitece, a família se recolhe e não deixa mais as cadelas para fora

“Desde então, nenhum dos nossos cachorros dorme mais aqui fora. Todos são recolhidos assim que a gente entra. Às 18h, ninguém mais fica aqui sentado, e, olha que aqui venta bastante, é bem fresco. Estamos tomando todos os cuidados e avisamos os vizinhos, já que crianças ficam brincando aqui na rua. Então, pedimos mais atenção e resguardo para algo pior não acontecer. Que fiquemos em alerta”, finalizou Odney. 

IHP e PMA

A equipe do Núcleo de Biodiversidade e Mudanças Climáticas do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) tem prestado apoio técnico à Polícia Militar Ambiental (PMA), ao Corpo de Bombeiros e à Fundação de Meio Ambiente do Pantanal (Prefeitura de Corumbá). 

O IHP também informou que, junto com outras instituições, participará de uma reunião com o Cenap/ICMBio (Centro Nacional de Pesquisa, Manejo e Conservação de Mamíferos Carnívoros), para discutir protocolos de segurança e convivência, que serão divulgados posteriormente.

A entidade lembra que, segundo estudos, é comum que esses animais evitem o contato humano. Embora casos de ataques existam, são raros. Por isso, a prevenção é fundamental, com foco na segurança das pessoas.

Já a PMA afirmou que vem intensificando ações preventivas, com reforço no policiamento ambiental nos municípios de Miranda (região onde um caseiro de pousada foi atacado e morto por onça) e Corumbá, com foco especial no combate à prática ilegal da ceva de animais silvestres — ação de dar alimentos que pode estar diretamente relacionada à aproximação desses felinos em áreas urbanizadas.

Em situações de emergência ou avistamento de animais silvestres, os contatos são: (67) 3232-2469 e (67) 99266-4052.

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