Leonardo Cabral em 23 de Maio de 2025
Reprodução/El Deber
Policial foi flagrado junto com Tuta no dia em que foi pedir renovação de documento
Segundo reportagem do jornal El Deber, o oficial é investigado por supostamente oferecer proteção a Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, um dos traficantes mais procurados do Brasil e apontado como uma das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC). Tuta foi entregue à Polícia Federal no último fim de semana, na fronteira entre os dois países.
A apuração começou após câmeras de segurança do Serviço Geral de Identificação Pessoal (SEGIP) flagrarem o major ao lado de Tuta na sexta-feira anterior, quando o criminoso tentou renovar um documento de imigração usando identidade falsa.
Soliz Heredia foi detido por agentes da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Delcc), no âmbito de uma investigação que apura crimes como desvio de bens e serviços públicos, usurpação de função e abuso de influência. Segundo o MP, ele não tinha justificativa funcional para acompanhar o foragido e tem bens incompatíveis com sua renda.
A prisão ocorreu enquanto o policial dirigia seu veículo na Avenida Santos Dumont, no 5° anel viário de Santa Cruz. Após a abordagem, ele foi levado para a unidade anticorrupção da Força Especial de Combate ao Crime (Felcc).
Antes da captura, agentes de inteligência confirmaram a identidade do major por meio de comparações faciais com as imagens do SEGIP. Ele teria tomado providências em nome do criminoso para tentar renovar seu documento como estrangeiro.
A Promotoria Anticorrupção informou que apresentará as acusações formais após a audiência preliminar. O promotor Alexander Mendoza, coordenador do caso, afirmou que as provas reunidas até o momento são contundentes.
Investigação paralela e possível expulsão da corporação
O envolvimento do major Soliz Heredia com “Tuta” também resultou na abertura de uma investigação interna na polícia boliviana. O oficial prestou depoimento à Diretoria Departamental de Investigações Policiais Internas (Didipi), com base no Artigo 102 da Lei 101, que trata de infrações graves passíveis de demissão.
Outros policiais também foram ouvidos como testemunhas. Soliz Heredia chefiava, nos últimos dois anos, um grupo de inteligência da Força Especial de Combate à Violência (Felcv) e, anteriormente, ocupou cargos de destaque na Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas (Felcn).
Com informações do jornal El Deber.
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