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Pintura em homenagem a mestre artesão é destaque de projeto cultural na Escola 2 de Setembro

Ricardo Albertoni em 22 de Maio de 2025

Divulgação

Imagem, feita em uma das paredes da biblioteca da escola

Uma pintura mural em homenagem ao artesão Sebastião de Souza Brandão foi o  destaque do projeto “Estudante no Controle” na Escola Estadual 2 de Setembro, em Ladário. A obra integra a iniciativa “Patrimônio Cultural: sentir e valorizar. Uma homenagem ao Sr. Sebastião de Souza Brandão”, e tem como objetivo promover a valorização da cultura regional entre os estudantes.

A imagem, feita em uma das paredes da biblioteca da escola, retrata o artesão em meio à natureza, ambiente associado à inspiração de sua produção cultural. A obra foi realizada pelo artista plástico Rodney de Oliveira Santos, que também ministrou uma oficina de muralismo para os alunos envolvidos no projeto. A atividade buscou aliar arte e formação cultural, aproximando os estudantes do patrimônio imaterial local.

Divulgação

Objetivo é promover a valorização da cultura regional entre os estudantes

O projeto “Estudante no Controle” é promovido pela Controladoria-Geral do Estado de Mato Grosso do Sul (CGE-MS), com apoio da Secretaria de Estado de Educação (SED-MS), e tem como foco o protagonismo estudantil em ações ligadas à realidade da comunidade escolar. Na Escola 2 de Setembro, a coordenação está a cargo do professor de história Cleber Ribeiro Dias, com apoio da professora coordenadora de práticas inovadoras (PCPI), Deyna Ferreira Morara. A diretora Ana Maria de Arruda Braga de Carvalho lidera a implementação na unidade.

Ao todo, 20 alunos de diferentes séries participam do planejamento e execução das ações. A biblioteca da escola foi escolhida como centro das atividades culturais e passou a receber livros e materiais doados por instituições parceiras, entre elas, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), representado pelo superintendente do Iphan-MS, João Henrique dos Santos.

A cerimônia de lançamento da pintura contou com apresentações culturais do Grupo Voluntário Beija-flor e da servidora municipal Margarida Soares, que realizaram performances de Cururu e Siriri. O evento reuniu representantes de instituições públicas, como o diretor da Fundação Municipal de Cultura, Francisco Siqueira; a secretária municipal de Educação, Fernanda Salgado da Cunha Borges e o representante da SED CRE-3, Geraldo Nunes.

Divulgação/Iphan

Sebastião Brandão é um dos principais mestres da cultura popular sul-mato-grossense

Mestre Cururueiro

Sebastião de Souza Brandão, nascido em 21 de janeiro de 1944, na região do Castelo, Pantanal de Corumbá (MS), é um dos principais mestres da cultura popular sul-mato-grossense. Reconhecido como Mestre do Saber pelo Ministério da Cultura (2012 e 2019), dedica-se à preservação e transmissão do Cururu e Siriri – manifestações culturais tradicionais que abrangem canto, dança e a confecção de instrumentos como a viola de cocho, ganzá e mocho.

Filho de Inácio de Souza Brandão, também mestre cururueiro, Sebastião aprendeu desde a infância, as técnicas e os valores da cultura pantaneira. Ao longo da vida, conciliou seu ofício cultural com o trabalho na ferrovia, atuando como supervisor na Noroeste do Brasil. Já aposentado, mantém viva a tradição em sua casa, onde confecciona violas, restaura objetos de madeira e promove oficinas e palestras para jovens e estudantes de Corumbá e Ladário.

Em 2013, liderou um projeto de transmissão de saberes a jovens da região, com apoio da Funarte. Foi também homenageado em documentários, como “Nos Trilhos do Trem Fantasma”, premiado em edital nacional, e recebeu tributos por sua contribuição à história ferroviária e à cultura popular.

Desde novembro de 2023, mantém a “Casa da Memória Mestre Sebastião Brandão”, o primeiro museu de Ladário, aberto em sua própria residência com apoio do Fundo de Investimentos Culturais. O espaço reúne objetos, instrumentos e memórias de sua trajetória.

Com 81 anos de vida, mestre Sebastião segue atuante, transmitindo seus conhecimentos e celebrando as raízes culturais do Pantanal.

Com informações da Unidade Escolar e da Fundação da Cultura de MS.

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