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Estudante afirma que foi chamado por desconhecido para entrar em carro

Leonardo Cabral e Rosana Nunes em 28 de Abril de 2022

Reprodução

Na imagem, o carro branco, o estudante e o irmão

Após grande repercussão nas redes sociais sobre uma suposta tentativa de sequestro de crianças e a Polícia Militar informar que o caso não procedia ao checar imagens de câmera de segurança, o Diário Corumbaense foi até a escola municipal Ângela Maria Perez para conversar com a diretora Cilene Maria Moraes Gonçalves.

Depois de autorizada pela mãe, ela chamou o aluno, de 14 anos, que afirmou ter passado por um susto, para relatar à reportagem o que aconteceu no começo da tarde de quarta-feira (27), no horário de entrada dos estudantes.

“Eu estava vindo para a escola com meu irmão de seis anos e um carro branco, aparentemente boliviano, parou meio longe e chamou nós para entrar no carro, dando sinal com uma das mãos. O homem era moreno, cabeludo e creio que era baixinho. Nessa hora, eu acho que ele parou para abrir o carro, mas nós atravessamos a rua. Daí vimos uma mãe com outras crianças e entramos no meio delas. O homem acelerou o carro e subiu em direção ao bairro (Nova Corumbá)”, relatou.

Reprodução

Sequência mostra irmãos atravessando a rua e o carro seguindo e parando duas vezes

“Ele não falou nada, fez sinal com a mão me chamando, só que eu não fui. Dentro do carro só tinha um homem e parece que ele estava vindo da feira. Busquei ajuda com a mãe de um colega e ela tentou anotar a placa, mas ele já tinha ido embora. Depois disso, fui com ela para a escola e contei tudo para a coordenadora. Fiquei assustado”, disse o estudante. “Minha mãe sempre disse para tomar cuidado, olhar para os dois lados e já saio de casa com essa orientação”, completou.

A diretora Cilene Maria Moraes Gonçalves, contou a este Diário que o aluno chegou bastante assustado e relatou o que havia acontecido.

“Ele acredita que o carro foi embora porque tinha visto adulto perto. Estava muito assustado, pedimos para ele contar a história várias vezes para diferentes pessoas, e ele seguiu com a mesma versão. A Polícia Militar, a Daiji (Delegacia da Infância e Juventude) e a Guarda Municipal, vieram para averiguar a situação”, frisou.

Vídeo enviado ao Diário Corumbaense

Sobre as imagens da câmera de monitoramento, que mostram o aluno e o irmão atravessando a via, mas sem contato com o motorista do carro branco, a diretora disse: “não vi as imagens, mas sei que não aparece próximo deles. Enquanto gestora, eu acredito no meu aluno. Ele não inventa, é tranquilo, nunca deu problema, não é de ficar mentindo, nada disso. Falei para o policial o que ele contou e repassando para quem é de direito porque o fato ocorreu fora da escola. A gente não chegou a ver nada, ali é o muro, a frente da escola é na rua Pará e o fato teria acontecido na Cyríaco de Toledo, sentido bairro centro.”

“Acionamos autoridades que têm competência para averiguar. Nós jamais podemos contar que a criança é ‘mentirosa’ e ponto. E se nesse dia ela está falando a verdade? Até porque o nosso aluno jamais teve comportamento desse tipo, de contar mentiras. Pode ser a interpretação dele, o que ele viu, mas ele e o irmão estavam na calçada do lado da escola e não tinha o porquê de os dois atravessarem em sentido contrário para depois voltar para a escola”, ressaltou.

Nesta quinta-feira, o pai levou os filhos ao colégio e foi orientado a fazer boletim de ocorrência, porque até então nada havia sido registrado oficialmente. A diretora disse ainda que desde a semana passada há boatos de que uma Van branca foi vista “rondando” próximo a escola.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Diretora da escola, Cilene Gonçalves

“Mas temos que ter o cuidado, pois vários alunos nossos vêm nesse tipo de veículo, nós acolhemos estudantes de outras nacionalidades. Teve até uma mãe que na semana passada teve a placa da Van dela divulgada nas redes sociais. A filha e netos estudam aqui, a orientamos a ir na polícia para esclarecer que jamais esteve envolvida nesse tipo de coisa.”

“É uma situação que preocupa porque dentro da escola, a gente com certeza faz o possível, ensina, cuida com zelo, mas é um alerta para os pais também, pois no percurso de casa para a escola nós não temos como controlar. A nossa responsabilidade é aqui dentro. Agora eu, enquanto cidadã, não estou falando enquanto diretora, mas sim, cidadã, em qualquer lugar que esteja e ver situação com criança e perceber algo suspeito, vou intervir, ligar para a Polícia. Cada cidadão deve ter cuidado com as nossas crianças. O que tiver no campo da nossa visão, temos que intervir, e se o aluno relatar algo, temos que acionar as autoridades competentes. Investigação já não é com a gente”.  

A reportagem também conversou com a mãe do aluno, que pediu para não ser identificada. “Nós ficamos assustados com o que aconteceu. Ele nunca mentiu, sempre falou a verdade. Ainda mais dessas coisas que são graves. Acredito na versão do meu filho, sim. Não foi só ele que relatou, meu filho menor que estava junto, confirmou. Sempre eles vão com os coleguinhas, mas justo nesse dia, ele saiu sozinho com o irmão. Agora estamos levando e buscando os dois. Vamos ficar mais atentos, redobrar os cuidados”, concluiu. 

Comentários:

Maurício Marassi Moreira: Pais responsáveis levam e buscam seus filhos na escola. Criança alguma deve andar sozinha nas ruas nos dias de hoje.

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