Leonardo Cabral em 01 de Março de 2022
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Pesca está liberada nos rios do Estado a partir desta terça-feira
Com isso, o movimento no Porto Geral de Corumbá, volta a ficar intenso. Além da pesca amadora, os pescadores profissionais voltam à atividade que é o sustento das famílias.
Sérgio Ferreira de Souza, mais conhecido como “Corote”, contou ao Diário Corumbaense que aguardou ansioso o fim da Piracema. “É o sustento da família, não podemos perder tempo. Nesses quatro meses parado, sobrevivi da aposentadoria que recebo, mas agora já volto ao trabalho”, falou.
Ele contou que consegue tirar um bom valor quando o "rio está para peixe". "Durante a pescaria, chega entre R$ 2 mil a R$ 3 mil, isso quando é fartura. Os peixes mais pedidos e que têm a preferência são o pintado, pacu, piranha, barbado e palmito”, explicou.
Já o seu Creudes dos Santos, de 70 anos, mencionou que a expectativa também é grande com o retorno da pesca. "Vou resolver algumas coisas e até sexta-feira subo o rio. Nesses quatro meses, sobrevivi do meu dinheiro da aposentadoria e também de alguns serviços da horta que tenho na minha casa. Sabemos que os peixes estão cada vez mais difíceis de encontrar, mas estamos aqui para manter nosso sustento", disse o pescador, que em média no mês consegue tirar renda de até R$ 2 mil.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Creudes dos Santos está com 70 anos e desde os 18 atua como pescador
Pesca amadora
Nas empresas de turismo que operam com a pesca amadora, a temporada começou no dia 1º de fevereiro, quando o pesque e solte foi liberado. Desde então, as empresas se reorganizam para atender os grupos de turistas.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Desde a liberação do pesque e solte, barcos-hotéis fazem viagens para o Pantanal; alguns partem ainda hoje levando grupos de turistas
“Mas assim, o ano passado a gente teve a volta gradativa dos turistas, eles começaram a olhar o Pantanal e a gente tem protocolo de biossegurança sério. Então, hoje, estamos com a agenda reorganizada para atender esses turistas que já tinham marcado a pescaria. Os barcos hotéis fazem 40 viagens no ano, de fevereiro a outubro. Temos que cumprir esses compromissos”, afirmou Joice.
Fortalecimento do pesque e solte
Com a pesca liberada, Joice reafirmou compromisso assumido de 13 empresas de turismo para fomentar o pesque e solte, preservando os rios pantaneiros. .
"As empresas de turismo se uniram e estão incentivando os grupos a não levaram os peixes, praticando o pesque e solte. A intenção dessas empresas unidas é ajudar o Pantanal”, pontuou Joice, que ressaltou que em 2021, mesmo com a pandemia, essa medida adotada surgiu efeito.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Joice diz que a maioria das empresas de turismo trabalha a conscientização do turista com pesque e solte
“A campanha é assim: você pode deixar o peixe, pode ajudar o Pantanal, e esse peixe fica reproduzindo. Não se engane, se não tiver peixe no Pantanal, o turista não vem pra cá. Vamos mais além, o perfil do turista mudou, pois hoje, vem muita família e com crianças. Então, essa campanha ganha mais valor, pois as crianças aprendem que as riquezas naturais devem se multiplicar”, salientou.
A empresária também aponta que os barcos-hotéis em Corumbá garantem a melhor e maior estrutura de pesca na América do Sul.
“Temos que falar mesmo, pois temos serviço de primeira, a acomodação, cozinha, é impressionante o que o turista vive dentro de um barco-hotel. A maior estrutura de pesca está em Corumbá, ninguém tira isso de Corumbá, por isso temos que sempre ser melhores e aprimorarmos o serviço. Falo isso não por mim, mas pelos outras empresas que ofertam esse serviço também”, concluiu Joice Santana.
Cota
Desde 2020, só é permitido ao pescador levar um exemplar de peixes de espécie nativa (por exemplo: pacu, pintado, cachara, jaú, dentre outros), além de cinco exemplares de piranha, dentro das medidas mínima e máxima. Se a espécie pescada estiver fora dos tamanhos permitidos, deve ser solta imediatamente no local. Já a pesca do dourado segue proibida até 2024, conforme Lei 5.231, Lei nº 5.321 de 10 de janeiro de 2019.
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