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Com fronteira fechada, impactos são sentidos no comércio varejista de Corumbá

Leonardo Cabral em 10 de Novembro de 2021

Diário Corumbaense

Fronteira está fechada há três dias e protestos seguem na Bolívia

Com a fronteira da Bolívia com Corumbá fechada há três dias, os impactos já são sentidos no comércio. A cidade, que nos últimos meses mantinha intensa movimentação de consumidores bolivianos, viu as vendas caírem desde o início do bloqueio. 

Ao Diário Corumbaense, o presidente da Associação Comercial e Industrial (ACIC), André de Arruda Campos, falou que esse impacto pode variar, dependendo do setor.

“A gente teve impacto muito grande, acima do esperado. Impacta em 30% a 70% dependendo do ramo de negócio. Mas, quem sente mesmo a ausência dos bolivianos são os setores de hotelaria, restaurante e o comércio varejista (lojas da região central). Com isso, essa engrenagem acaba respingando em todo o comércio, pois eles consomem de tudo”, disse André Campos.

Ainda segundo ele, isso se deve ao poder de compra dos “hermanos”, como são chamados os bolivianos. Com o dólar alto e o real desvalorizado, compensa atravessar a fronteira para comprar em Corumbá. “O poder de moeda deles é de quase R$ 6,00, eles têm um poder de compra muito grande que varia desde alimentos, calçados, entre outros. Impacta o comércio de forma geral”, mencionou.

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Setor comercial de Corumbá sente impactos da falta dos consumidores bolivianos

Solon Carlos da Silva, gerente de uma loja localizada na rua Quinze de Novembro, área central, mencionou que com o fechamento da fronteira é possível dizer que a queda nas vendas é 'assustadora', nestes últimos três dias.

“O poder de compra do boliviano é muito grande. A presença deles aqui corresponde a percentual acima dos 50% das vendas da nossa loja. Hoje, dependemos mais dos bolivianos, pela moeda deles, não desmerecendo os nossos clientes de Corumbá. Mas, digo isso pelo poder de compra deles”, explicou Solon.

Ele ainda contou que ao saber que a fronteira fecharia na segunda-feira, abriu a loja no domingo. “Abrimos e o movimento, foi muito bom. Eles vieram fazer suas compras não só aqui, como em outros locais”, completou o gerente, calculando que nesses três dias, a queda nas vendas pode atingir os 60%.

Protestos 

Os protestos, que ocorrem em nível nacional no país vizinho, são em decorrência da aprovação de leis do governo de Luis Arce. Só na região de fronteira, nas cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, são três pontos de bloqueios. O principal deles, na ponte que delimita o território entre os municípios fronteiriços e Corumbá. Apenas pedestres podem circular ou ambulâncias em casos de urgência e emergência. 

Reprodução/Karlos Peña

Músicos apoiaram protesto e celebraram aniversário de Puerto Suárez

Os outros pontos estão na estrada Bioceânica, em Puerto Suárez, que fica às margens da rodovia,  que na noite da terça-feira (09) contou com a presença de uma banda de músicos em apoio à manifestação. Uma serenata foi feita em homenagem aos 146 anos da cidade boliviana, celebrados nesta quarta-feira, 10 de novembro. 

A calmaria das manifestações na região de fronteira, contrasta com o clima tenso nas principais cidades da Bolívia, como em Santa Cruz de La Sierra e Potossí, onde boa parte do comércio e algumas empresas estão de portas fechadas. O transporte público também parou, porém, nesta quarta, alguns mercados municipais abriram para o abastecimento de alimentos da população, mas com horário determinado para fechamento.

Reprodução/EL Deber

Protesto em Potossí acabou com 50 feridos e uma morte

A morte de um jovem de 22 anos, foi registrada em Potossí. O prefeito dessa cidade, Jhonny Llally, informou na manhã desta quarta-feira que há mais de 50 feridos em decorrência dos confrontos entre camponeses e integrantes do Comitê Cívico Potosinista registrados na terça-feira. O jovem escapou do ponto de confronto, na Praça 10 de Novembro, quando teria sofrido uma queda, o que o fez sufocar com folha de coca que mastigava. Segundo as autoridades, a causa da morte foi aspiração brônquica.

Os manifestantes exigem que o governo de Luis Arce, presidente da Bolívia, revogue a Lei N° 1386, que permite ao governo investigar o patrimônio de qualquer cidadão sem ordem judicial, o que levou a comissão multissetorial a convocar a greve nacional.

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