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Haitianos cruzam MS para alcançar fronteira com a Bolívia em busca do "sonho americano"

Campo Grande News em 11 de Julho de 2021

Marcos Maluf/Campo Grande News

Grupo no aeroporto de Campo Grande na manhã de sexta-feira

Protagonistas de constantes fluxos migratórios em busca de melhor expectativa de vida, haitianos agora fazem o caminho inverso: desembarcam no Aeroporto Internacional de Campo Grande, viajam 305 km até Corumbá e ingressam na Bolívia almejando um destino ainda mais longínquo: Estados Unidos.

A reportagem verificou que a presença de grupos de haitianos no aeroporto da Capital é constante. Na segunda-feira (dia 05), eram 12 pessoas. Na tarde de quinta-feira (dia 08), o grupo tinha oito integrantes.

Na manhã de sexta (09), eram 27 haitianos. Do total, cinco crianças, sendo uma de colo. Em média, a projeção da reportagem é que mais de 150 pessoas cheguem a Campo Grande para alcançar a fronteira com a Bolívia e deixar o Brasil.

Nos últimos anos, Corumbá, agora porta de saída, era a rota de entrada para levas de haitianos que procuravam nova vida no Brasil.

Marcos Maluf/Campo Grande News

Jean está no Brasil desde 2013 e agora parte rumo a sonho de morar em Miami

A busca pelo sonho americano é retratada por Jean Fritzer Gilsait, 36 anos. Há oito anos no Brasil, ele conta que a intenção é chegar aos Estados Unidos. Agricultor e pedreiro no Haiti, ele se mostra animado e disposto a “lavar louça” na América do Norte.

“Miami tem trabalho. Lá é mais fácil para o haitiano. Qualquer coisa eu faço, lavar louça”, conta, ainda com pouco domínio da Língua Portuguesa.

Jean afirma que vai até Corumbá, entra na Bolívia e depois segue viagem por Peru, Colômbia e México. A intenção é chegar a Miami. O viajante não detalhou como pretende ingressar nos Estados Unidos.

Ele estava acompanhado por duas irmãs e tem primo em Miami. No Haiti, moram seus três filhos: de 13, nove e sete anos. 

No mês de março, reportagem da BBC News Brasil mostrou que haitianos deixavam o País devido à crise financeira brasileira e a fake news de que as fronteiras dos EUA estavam abertas para eles na gestão Biden, principalmente para mulheres grávidas ou com bebês de colo. A reportagem registrou a morte de uma haitiana, que levava duas crianças no ventre, ao tentar a travessia do México para os Estados Unidos.

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