Marta Ferreira (Campo Grande News) e Leonardo Cabral (Diário Corumbaense) em 23 de Junho de 2021
Leonardo Cabral/Diário Corumbaense
Silvia, no canto esquerdo da foto, de cabelo preso, durante o júri do delegado Fernando
"Não aceitou documento porque só faz mentira contra Bolívia”, declarou ao deixar a sala, por determinação do juiz André Monteiro.
A fala dela tem relação com a decisão judicial rejeitando a anexação ao processo de documentos vindos do País vizinho, como parte da estratégia de defesa do marido de Silvia, acusado de homicídio doloso qualificado e tentativa de obstrução da Justiça.
Silvia, grávida de cinco meses, segundo afirmou, foi retirada do recinto depois de atravessar a fala do promotor Rodrigo Correa Amaro em duas situações. Na primeira fala dele, apresentando a tese acusatória, ela tentou interrompê-lo, e foi alertada.
Na réplica ao discurso da defesa, a cargo do advogado Irajá Pereira Messias, para quem a acusação é “armação” contra o cliente, Silvia Aguilera disse que o representante do Ministério Público mentiu. Foi quando ele relatou que ela havia sido vítima de violência doméstica por parte do marido delegado.
“Quando ela estava grávida do primeiro filho, ela apanhou do marido”, afirmou o promotor. “É mentira”, interferiu Silvia.
Houve nesse momento um burburinho no tribunal, seguido do pedido do juiz para a mulher se retirar. "Eu me retiro porque ele está mentindo, está falando que eu apanhei".
A fala do promotor foi para contestar argumento do réu de estar preocupado com a mulher, por estar gestante. Marido e mulher chegaram a chorar durante a sessão de julgamento.
Antes de sair, além de atacar o Judiciário brasileiro, Silvia Aguilera disse será feita a “Justiça de Deus”.
O júri está na fase de debates entre acusação e defesa. Depois, os sete jurados vão decidir se o réu é culpado ou não e o magistrado aplica a pena.
Segundo a peça acusatória, no dia 23 de fevereiro de 2019, Fernando primeiro feriu a vitima a facadas em Puerto Quijarro, na Bolívia, durante evento da associação de criadores de gado, e depois, durante o transporte de Alfredo Rengel, conhecido como “Ganso”, interceptou a ambulância e atirou quatro vezes, matando o homem.
Ele nega, diz não haver provas contra si e atribui todo o processo a armação de colegas da Polícia Civil, sem explicar o motivo para tal.
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