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Delegada descarta insanidade mental de mãe que matou bebê

Campo Grande News em 23 de Junho de 2021

Paulo Francis/Campo Grande News

Nesta tarde, a delegada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Eliane Benicasa, falou sobre o caso

A delegada de Proteção à Criança e ao Adolescente, Eliane Benicasa, não acredita em problemas psicológicos ou depressão pós-parto como motivos que provocaram a morte de bebê de 5 meses, assassinada pela mãe, em Campo Grande.

"Ela sugere que tenha problema psiquiátrico, mas eu acredito que não. Ela tem lucidez do que  fez. Em algum momento que eu tentei que ela me contasse se teria acontecido algo a mais, ela chegou a se emocionar, mas depois se cala e não quer falar mais nada", diz Eliane. 

Segundo a delegada, durante depoimento, Gabrielle Paez da Silva, pareceu ciente do que havia feito. "Ela estava consciente que estava afogando a criança. Depois ela se cala sobre estupro".

Conforme as primeira diligências, ela agiu sozinha. Mas câmeras da região vão ajudar a mostrar o movimento na residência no dia do crime.

Amigos afirmaram que Gabrielle já teve "surtos" e chegou a tirar faca para um ex-namorado, sem "motivo nenhum". Também há relatos de uso de drogas e alucinações.

No histórico de Gabrielle, há uma denúncia de 2016, feita pela própria mãe dela ao Conselho Tutelar, quando ela estava grávida do primeiro filho, hoje com 4 anos. O teor da denúncia não foi divulgado.  A delegada comenta apenas que a avó da criança teria dito que a filha estava "estranha" à época.

A jovem também tem vários registros na DEAM (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher", como vítima de ex-namorados.

Gabrielle foi mãe pela segunda vez, dois anos atrás. Hoje as duas crianças moram com a avó materna. Não há muitas informações sobre a terceira gestação. A bebê nasceu há 5 meses. Mãe e filha passaram a morar sozinhas em uma casa alugada na Rua Santa Helena, na Vila Bandeirantes.

O pai da bebê, de 40 anos, nunca registrou a criança. Segundo depoimento à delegada, porque não tinha certeza que a filha era dele. Ele garantiu que pedia DNA, mas que a mãe negava.

Mesmo assim, afirmou que era presente. Contou que esteve ontem pela manhã na casa de Gabrielle, tentou ver a filha, mas a mãe não abriu a porta. "Disse que viu a mãe brincando com a criança e foi embora", conta a delegada.

Os vizinhos dizem que nos últimos dias, a jovem de 21 anos demonstrava comportamento estranho, reclusa, sem sair muito de casa.

Ontem, por volta das 20h, Gabrielle foi com a filha no carrinho, até a casa de amigas no bairro. Sentou, bebeu cerveja, conversou, até que as outras jovens perceberam que a criança estava muito quieta. Quando tocaram nela, perceberam que  já estava morta. Segundo as amigas, quando questionaram o que havia acontecido, ela "dizia que não aconteceu nada e ria".

A menina chegou a UPA com ânus dilacerado e hímen rompido. Em depoimento, Gabrielle não quis falar sobre o estupro, mas contou que levou criança recentemente ao posto de saúde, onde um médico teria dito que a bebê tinha fechamento vaginal, que era para passar pomada, mas ela acabou enfiado palitos na vagina da bebê.

Após o crime, a polícia encontrou a casa muito suja e com roupas espalhadas. Na geladeira, só encontrou uma garrafa pet com leite congelado e uma lata de leite em pó.