Leonardo Cabral em 16 de Junho de 2021
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Cristiane morreu na segunda-feira (14) quando caminhava na Avenida Rio Branco
O juiz ainda determinou a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) de Evanir. Essa medida foi solicitada pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), que deu parecer pela liberdade provisória.
Além disso, O MP também tinha solicitado que Evanir deveria comparecer periodicamente em juízo; proibição de ausentar-se de Corumbá; recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga, caso o flagrado tenha residência e trabalho fixo. Pedidos não deferidos pelo juiz.
Já a defesa, que argumentou que "o decreto prisional não merece prosperar, pois o requerente é primário, possui residência fixa, profissão lícita e indiscutível presunção de ser inocentado no crime que lhe é imputado", considerou o valor da fiança "extremamente excessivo" e vai entrar com pedido de habeas corpus.
"Ele permanecerá preso na Marinha, porque não tem condições financeiras de pagar a fiança. Sairá se o habeas corpus for concedido, reduzindo a fiança a valores que sejam alcançáveis por ele, sem prejudicar a subsistência de sua família. A CNH será entregue, conforme a determinação judicial", afirmou ao Diário Corumbaense, o advogado Jean Medeiros.
Além de militar da reserva da Marinha, Evanir exerce cargo público comissionado na Prefeitura de Corumbá, lotado na Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Sustentável, conforme apurado pela reportagem.
Ele dirigia sob efeito de álcool, comprovado pelo teste do bafômetro, que deu resultado de 0,82 mg/l. Ele foi preso em flagrante por homicídio culposo qualificado pela condução de veículo com capacidade psicomotora alterada em razão de influência de álcool e também lesão corporal na direção de veículo automotor.
O caso
Cristiane do Carmo Alves Faria morreu no começo da noite de segunda-feira, após ser atropelada pela caminhonete S10, de cor branca, que seguia de Ladário para Corumbá em alta velocidade. Além dela, um homem, de 38 anos, também foi atingido e sofreu ferimentos.
Como ela não portava documentos, só foi identificada algum tempo depois pelo marido, Jean Flávio Padilha, pelo filho de 21 anos, e por uma irmã. Conforme os bombeiros, Cristiane sofreu traumatismo craniano severo e algumas fraturas pelo corpo.
O atropelamento aconteceu na Avenida Rio Branco, que liga as duas cidades. Ela atravessava o cruzamento das Avenidas Rio Branco e Nossa Senhora da Candelária, próximo à sede do Corpo de Bombeiros Militar, quando foi atingida. No impacto, Cristiane foi arremessada para o lado da calçada da Rio Branco, e caiu sobre o outro ferido. Equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e do Corpo de Bombeiros, realizaram procedimento de reanimação, por cerca de uma hora, porém, ela não resistiu e morreu no local.
Em estado de choque e bastante abalado, Jean disse a este Diário, que ele e a esposa costumavam caminhar naquele trecho, tinham parado por duas semanas e retomaram a caminhada naquele final de tarde.
Cristiane era dona da loja "Cris Artes".
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