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Comunidade católica se despede de Dom Martinez com missa e cortejo

Leonardo Cabral em 22 de Abril de 2021

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Corpo chegou às 09h ao Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora

Pouco a pouco, a comunidade católica foi chegando ao Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora e se acomodando nos bancos, até a chegada do corpo do bispo emérito, Dom Martinez Alvarez. Ele faleceu aos 78 anos, por complicações da covid-19, na tarde de quarta-feira (21). O corpo chegou por volta das 09h, no Santuário de Nossa Senhora Auxiliadora, dando início ao velório e despedida do bispo emérito, seguindo os protocolos de biossegurança e distanciamento. 

Emocionadas, as pessoas que já aguardavam receberam o caixão, que foi carregado por padres salesianos e o bispo diocesano de Corumbá, Dom João Aparecido Bergamasco.

A jovem Tainá Aparecida Herrera, da comunidade de Nossa Senhora de Fátima, disse que tinha Dom Martinez como um “pai”, que foi um acolhedor da juventude durante os anos em que esteve à frente da Diocese de Santa Cruz, que abrange as cidades de Corumbá e Ladário.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

As pessoas puderam chegar próximo ao corpo do bispo emérito, para rezar e dar o último adeus

“Ele era um pai, principalmente para a juventude, ele tinha a ‘cara’ de bravo, mas sempre acolhia os jovens com o olhar carinhoso. Depois que me tornei mãe, ele demonstrou um carinho com o meu filho. Um ser de coração enorme que sempre pregou a fé. Fé em Deus, como hoje, vemos a própria morte dele, onde temos a fé que já está ao lado do pai”, falou Tainá.

Da comunidade Nossa Senhora Auxiliadora, Lilian Aguilar Monteiro Proença, que também estava bastante emocionada, disse que via nele o exemplo de fé. “Trabalhei com ele na catequese e muitas outras atividades, como na penitenciária feminina, onde ele sempre, sendo lá ou em qualquer outro local, buscava ensinar os 10 mandamentos. E um deles que ele deixa e sempre mostrou ter é a fé e o amor ao próximo”, disse  Lilian.

Vindo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo Metropolitano e presidente do Regional Oeste I da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), destacou Dom Martinez como participativo e “companheirão”.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Dom Dimas destacou o lado "companheirão" de Dom Martinez

“O conheci pouco mais de 10 anos atrás, mas na verdade já mantinha contato com ele, quando estava na secretaria da CNBB, dos encontros, das reuniões dos bispos de fronteira Brasil/Bolívia, grupo que se reúne regularmente a cada dois ou três anos. Mas logo que cheguei, percebi que ele era um ‘companheirão’. Participativo, em todas as reuniões e assuntos, muito competente. Um jeito tímido, mas de uma lucidez grande. Toda vez que ele se manifestava, sentia segurança. Era muito bom, experiência variadíssima. Grande amigo que vai deixar saudades e um legado de fé”, contou Dom Dimas ao Diário Corumbaense.

Passando os últimos meses e dias próximos a Dom Martinez, o padre Eduardo Moura, disse que o bispo emérito já havia sido imunizado contra a covid-19. Primeiro, foi diagnosticado com suspeita de dengue, mas após exames, foi confirmado que ele havia contraído o coronavírus. o padre o destacou como uma pessoa serena e calma.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Sacerdotes se reuniram antes de inciarem a missa, para a "celebração da esperança"

"Ele sempre foi atento com a saúde, já tinha sido diagnosticado como miastenia gravis (doença rara e autoimune que pode atingir músculos do corpo todo) há alguns anos. Os sintomas dele, foram tratados em primeiro momento como dengue, depois de uma semana, os sintomas evoluíram e então, após exames foi diagnosticado com covid-19. Mas, mesmo com todas essas situações, me lembro bem dele dizendo antes da internação: ‘se for, tenho a certeza que Deus fará o melhor’”, relembrou padre Eduardo.

O padre ainda mencionou que, para os salesianos, quando alguém morre “recolhemos no céu tudo aquilo que semeamos em vida. E foi assim, com ele, que tinha esse lado humano e respeitoso, fica a saudade e gratidão pela vida de alguém especial”, completou.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Após a missa, corpo deixa o Santuário para o cortejo

Durante quase 14 anos, Terezinha de Figueiredo Assad, trabalhou ao lado de Dom Martinez, que segundo ela, sempre procurou viver no meio do povo.

“Quem o conhecia, basta lembrar o lema dele na ordenação episcopal. Ele, enquanto bispo, amou seu povo, vivia no meio do povo, alegria para ele era celebrar o povo, cada capela inaugurada era motivo de conquistas. Admirava o trabalho pastoral e sempre procurou acompanhar. Costumava dizer para ele, quando encerrou a sua atividade e se tornou bispo emérito, que sua missão pela diocese terminou, mas a missão não tinha acabado, pois ele era sacerdote para sempre. Deixa um legado de muito amor a eucaristia e a Nossa Senhora”, definiu Terezinha.

Até às 10h, com o caixão aberto, as pessoas puderam, uma a uma, se despedir do religioso. Depois, os sacerdotes deram início à cerimônia chamada “celebração da vida”. Após os rituais, o caixão foi fechado e colocado no chão do altar do Santuário, dando início à missa de Corpo Presente, presidida por Dom Dimas.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Viatura do Corpo de Bombeiros levou caixão de bispo emérito

A celebração religiosa foi acompanhada, além de pessoas próximas e das comunidades católicas, pelo prefeito Marcelo Iunes, que estava acompanhado da primeira-dama, Amanda Balancieri Iunes; o vice-prefeito, Dirceu Miguéis e a esposa Solange, e alguns políticos da região pantaneira.

Cortejo

Após a celebração, o caixão do bispo emérito deixou o Santuário e numa viatura do Corpo de Bombeiros, iniciou o cortejo de despedida, passando em frente às sedes paroquiais da Diocese. O sepultamento foi no Cemitério Santa Cruz.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Antes do sepultamento, cortejo seguiu para as principais paróquias de Corumbá e Ladário

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