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Dom Martinez deixa legado da vivência profunda da fé, diz bispo da Diocese de Corumbá

Rosana Nunes e Leonardo Cabral em 21 de Abril de 2021

Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense

Dom Martinez Alvarez durante celebração enquanto bispo diocesano

Um homem sereno e que deixa o legado da vivência profunda da fé. Foi assim que Dom João Aparecido Bergamasco, bispo da Diocese de Santa Cruz, que abrange as cidades de Corumbá e Ladário, se manifestou ao Diário Corumbaense sobre o bispo emérito Dom Martinez Alvarez, que morreu na tarde desta quarta-feira (21), vítima da covid-19, aos 78 anos.

“Ele foi um bispo salesiano que esteve à frente da diocese durante anos. Depois que terminou a sua missão, renunciando, pela idade, permaneceu conosco. Era um homem que tinha a vivência profunda da fé. Uma pessoa que sempre deu um testemunho de vida e deixa um grande sinal de Deus em nosso meio, pela sua missão de bispo”, disse. 

Dom João Bergamasco ainda lembrou que Dom Martinez também foi diretor da escola salesiana Santa Teresa, uma das unidades de ensino mais antigas da cidade. “Contribuiu muito para a educação da nossa cidade. Como padre, bispo, é uma pessoa que deixou uma marca profunda na vida, pela sua maneira simples, conselheira, com palavras de incentivo e conforto”, completou Dom João.

Arquivo pessoal

A paroquiana Odair e o esposo Dilermando com Dom Martinez

A serenidade e sabedoria do bispo emérito também foram destacadas por Odair Alves Campos, devota de Nossa Senhora da Candelária e que integra a Paróquia da Catedral. “É essa imagem que tenho dele. Mesmo diante de algumas turbulências, com calma e tranquilidade ele conduzia seu rebanho; era admirado e querido por todos.”

Odair relembrou, a este Diário, momentos que ficaram marcados para ela. “Uma vez, durante confissão, pedi que fizesse uma direção espiritual comigo, pois estava passando um momento difícil com minha família, que reclamava da minha ausência em casa, por me dedicar tanto à igreja. E ele, com muita tranquilidade, me mostrou que eu estava certa em trabalhar e ajudar a igreja, pois ela precisa de nós, mas a partir do momento que a família estava sentindo a minha ausência, eu deveria repensar e colocar em primeiro lugar a família, pois é assim que deve ser. Isso me marcou muito e, eu hoje, sei ponderar. Trabalhar para a igreja, para nossos irmãos necessitados, mas valorizar a família”, contou.

Arquivo pessoal

Dom Martinez coroando Nossa Senhora da Candelária antes da reforma da Catedral

Outro fato marcante foi quando a paroquiana viajou para a Espanha. “Eu estava apreensiva e nervosa, porque tinha pavor de avião. Quando ele ficou sabendo da viagem me fez um pedido: que quando chegasse em Santiago de la Compostela, rezasse por ele. Pois, quando lá cheguei, e de joelho fazendo as orações, foi um dos momentos mais emocionantes. Senti tão grande a presença de Deus pedindo por ele. Pela pessoa que foi, tenho a certeza que ele está no céu, nos braços de Nossa Senhora e será grande intercessor por cada um de nós”, finalizou Odair, emocionada.

Nascido em Bustillo del Páramo, na Espanha, Dom Segismundo Martinez Alvarez foi bispo da Diocese de Corumbá por 13 anos e renunciou em 2018 por ter completado 75 anos, quando a renúncia é obrigatória.  

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