PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Comitê pede aeronaves para combater queimadas que já consumiram cerca de 34 mil hectares

Leonardo Cabral em 23 de Julho de 2020

Divulgação/ Bombeiros

Fogo já consumiu cerca de 34 mil hectares no Pantanal, conforme o Corpo de Bombeiros

Já foi solicitado ao Ministério do Meio Ambiente e também ao Governo do Estado, apoio para deslocamento de aeronaves, para auxiliar bombeiros militares e brigadistas do Prevfogo, que estão na linha de frente do combate aos incêndios florestais, que já consumiram cerca de 34 mil hectares de vegetação no Pantanal de Corumbá, conforme apurou o Diário Corumbaense.

O presidente do Comitê Municipal de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e coordenador da Defesa Civil de Corumbá, Isaque do Nascimento, destacou que as ações do comitê já estão em curso e que uma aeronave da Marinha do Brasil, por meio do 6° Distrito Naval, foi solicitada para dar apoio às equipes.

"Temos guarnições dos bombeiros e Prevfogo, nos locais que estão em chamas. Também temos em Corumbá guarnições dos bombeiros de outras cidades, bem como a aeronave da Marinha, que possibilitou sobrevoo para o reconhecimento dessas áreas que estão em chamas”, explicou Isaque.

Ele ainda falou sobre a solicitação de aeronaves para o combate aos incêndios. “As aeronaves servirão para levar as equipes a esses locais que estão em chamas e de difícil acesso, e também para lançamento de água. Está em andamento ainda a solicitação de recursos humanos e materiais para o Exército. Por parte do comitê, há ações já executadas e outras que estão em curso”, esclareceu.

Equipes no Pantanal

A força-tarefa montada pelo Corpo de Bombeiros Militar e Prevfogo do Ibama, na quarta-feira (22), fez frente aos focos de incêndio localizados na região do Pássaro Preto, distante 25 km do perímetro urbano de Corumbá. Cerca de 34 mil hectares já foram consumidos pelo fogo, que se alastra pelo Pantanal, conforme o Corpo de Bombeiros. 

Com o reforço de bombeiros militares vindos das unidades de Aquidauana e Jardim, somados aos brigadistas, são cerca de vinte e duas pessoas atuantes na frente de trabalho na região do incêndio, além de quatro embarcações.

As equipes deslocaram para diferentes pontos da região e em alguns deles é possível ver as marcas desse longo período sem chuvas e a baixa do nível do rio Paraguai, lugares em que neste mesmo período do ano passado estavam submersos, hoje são apenas um solo rachado pela seca.

Simultâneo aos combates foi realizado um sobrevoo, com o apoio da Marinha do Brasil, onde foram visualizados os pontos críticos destes diversos focos de incêndio no Pantanal. Antes, a força-tarefa contava apenas com monitoramento por satélite e imagens capturadas por drone. Os trabalhos de combate ao fogo seguem nesta quinta-feira, 23 de julho.

Divulgação/ Bombeiros

Equipes dos Bombeiros e Prevfogo em ação de combate ao fogo no Pantanal

Nas últimas 48h, Corumbá, que segue liderando o ranking de focos de queimadas entre os municípios brasileiros, registrou quase 200 focos. Foram 192 pontos identificados.

A região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, enfrenta este ano, considerado atípico, a maior queimada das últimas duas décadas, já são 3.506 focos em 2020. O maior número já registrado desde o início dos levantamentos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), responsável por catalogar as queimadas no país.

“Estamos vivendo dias tormentosos, um período de anormalidade fora dos padrões dos últimos anos. Só para ser ter uma ideia, estamos agora com mais de 200 dias desse ano e já estamos com 2.423 focos de queimadas só aqui em nossa região. Se comparado com o mesmo período do ano passado, um ano que deu trabalho, temos 142% a mais de focos de queimadas, e olha que nem chegamos nos meses mais críticos. Temos um cenário preocupante e há muito o que fazer e o Comitê terá papel fundamental de identificar e apontar ações para conter essas problemáticas”, disse Isaque Nascimento.

O presidente do Comitê ressaltou as causas dos incêndios. “Os pantaneiros sabem que esses incêndios são ocasionados por vários fatores que se desencadeiam, como a baixa umidade relativa do ar, a baixa precipitação pluviométrica, o acúmulo da biomassa no Pantanal que é expressivo, junto com isso temos a soma do vento aleatório porque estamos num corredor de vento e o pior de tudo, que é lamentável, a ação humana, às vezes por descuido ou com a intenção de provocar esses incêndios”, finalizou.

Até o momento, Corumbá soma 2.423 focos de queimadas no ano. Nesses vinte e três dias de julho, são 650 focos registrados, maior que o número de focos de queimadas registrado em Poconé, Mato Grosso, que segue abaixo de Corumbá, no período anual que é de 544.

Comentários:

Carmem Souza: Finalmente Marinha eExercito, que tem um contingente significativo em Corumbá, vão ajudar. Mais do que na hora!!!!