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Reinaldo sugere "bandeira branca" entre governadores e presidente Bolsonaro

Campo Grande News em 26 de Maio de 2020

Saul Schramm/Governo do Estado

O governador Reinaldo Azambuja durante entrevista à CNN nesta manhã

“Bandeira branca”. A expressão foi usada duas vezes pelo governador em entrevista à CNN nesta manhã, para falar da relação entre governadores e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), depois da publicação de vídeo de reunião ministerial, na sexta-feira (22). Para ele, o momento é de buscar “unidade de tratativas” no combate ao inimigo comum a todos, a pandemia de covid-19.

“Temos realmente um embate, principalmente quanto ao posicionamento em algumas questões”, disse o governador. Ele citou as diferenças de opinião em relação às medidas de isolamento social adotadas pelos estados e municípios, para depois usar tom de conciliação.

Na avaliação de Reinaldo, a situação atual pede distensionamento do embate de cunho político, diante dos posicionamentos de alguns membros da cúpula do governo federal na reunião que teve a gravação divulgada por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). “Temos de focar, neste momento na pandemia que se alastra pelos estados brasileiros”.

Ele foi chamado para a entrevista na CNN por ter sido um dos três governadores que participaram de reunião virtual com o presidente da República na quinta-feira passada, quando desenhou-se um clima mais harmônico. Na sexta-feira, veio a divulgação do vídeo em que Bolsonaro chega a dedicar palavras de baixo calão a governadores e prefeitos.

Depois de concordar que o detalhamento das posturas na reunião cria estremecimento, Reinaldo pontuou que “embate sempre haverá” e por isso a necessidade de “estender a bandeira branca” em nome de um objetivo maior, que é o arrefecimento da pandemia de covid-19. A prioridade, destacou, é “atacar questões de saúde”, lembrando que “alguns estados enfrentam perda de vidas.”

À espera

A entrevista da CNN também teve como assunto a sanção do projeto de ajuda aos estados e municípios, que é aguardado pelos gestores como socorro imediato das finanças públicas para garantir, inclusive, o pagamento do próximo salário aos servidores.

“A sanção é crucial”, definiu o governador. De acordo com ele, há a expectativa de que isso ocorra o mais breve possível. Havia a previsão para semana passada, mas até agora o presidente não se manifestou oficialmente sobre o plano aprovado na Câmara. O montante atinge perto de R$ 1 bilhão, se considerado dinheiro a entrar e valor em dívida com a União que deixará de ser pago. 

Mato Grosso do Sul estima perdas superiores a R$ 1 bilhão na arrecadação por conta da pandemia. A proposta de ressarcimento para o estado é de R$ 620 milhões. Apesar de não cobrir todas as perdas, ela representa um alívio durante a crise.

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