Campo Grande News em 27 de Março de 2020
O objetivo, conforme as apurações policiais, era vender o veículo da vítima, um Chevrolet Celta, por R$ 5 mil.
Nesta quinta-feira (26), Ryan e Paulo foram presos pelo latrocínio, depois de o carro ser localizado em uma oficina mecânica no bairro Colibri, na Capital. Presos por equipe da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio), os dois confessaram o crime e, hoje cedo, tiveram a prisão preventiva decretada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, durante audiência de custódia.
O auto de prisão revela que incidente relacionado ao abuso da velocidade em estrada de terra fez o plano criminoso dar errado. Depois de matar a vítima e jogar o corpo no mato, perto do assentamento Santa Mônica, entre Campo Grande e Terenos, os ladrões saíram com o veículo, mas acabaram batendo em uma pedra, o que impediu a continuação da empreitada de “arrastar” o carro até a Bolívia, a 400 km de distância.
A dupla, então, conseguiu ajuda para guinchar o veículo e deixar na oficina para orçamento do conserto, que seria pago com dinheiro da vítima. Em torno de R$ 900 foram levados do contador.
A partir da localização do carro, e de informações de testemunhas, como por exemplo uma que presenciou luta entre a vítima e os bandidos, as equipes da DEH com apoio da DPCA prenderam os jovens, que são vizinhos, no bairro Guanandi. Eles indicaram o local onde "desovaram" o cadáver e contaram como tudo aconteceu.
“Reagiu”
Ryan e Paulo, em seu depoimento ao delegado titular da DEH, Carlos Delano, confessaram que há uma semana estavam planejando o roubo. Dizem, ainda, que não pretendiam matar a vítima, e que isso aconteceu depois do “anúncio” de assalto, na BR-060, na saída para Sidrolândia.
Era Ryan quem conhecia o Aparecido. Conforme ele contou, e o trabalho investigatório confirmou, os dois se conheciam há cerca de 8 meses, da lanchonete onde o rapaz era atendente, e trocaram contatos de WhatsApp.Por meio do aplicativo, a vítima, segundo apurado, havia marcado de fazer programa com Ryan, ao custo de R$ 200. A presença de Paulo no veículo foi justificada com um pedido de carona apenas.
No meio do caminho, o assalto foi anunciado, o contador tentou fugir, mas acabou atingido com facadas no braço e na barriga. Até então, o contador era o motorista. A partir desse momento Ryan assume o volante, a vítima é jogada para o banco traseiro, e ainda luta com o outro bandido, mas acaba desmaiando e morrendo.
Aparecido, que Ryan conhecia como "Ferreira", não era visto desde o dia 24 à tarde. Saiu de casa dizendo à esposa que iria levar um botijão de gás a uma amiga e visitar clientes na Prefeitura de Campo Grande, que não está atendendo ao público por causa da pandemia de Covid-19.
O botijão de gás foi apreendido, assim como um celular localizado quebrado no meio do mato, além de parte do dinheiro roubado e roupas sujas de sangue.
Os dois ladrões foram indiciados por latrocínio (roubo seguido de morte) e ainda por tráfico de drogas, no caso de Paulo. Ryan, segundo consta do auto de prisão, não tem antecedentes criminais. O comparsa já foi preso por tráfico de drogas e tem passagens policiais desde a adolescência.
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