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Na contramão de medidas preventivas, clientes fazem fila na porta de banco

Leonardo Cabral em 19 de Março de 2020

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Com entrada controlada, longas filas se formaram fora da agência

A divulgação de orientações de prevenção ao coronavírus tem sido maciça em todo o País, mas em Corumbá, muitas pessoas não se atentaram aos riscos e foram para a porta da agência da Caixa Econômica Federal, na rua Cuiabá, Centro, nesta quinta-feira (19), formando longas filas e com muita proximidade de um cliente para outro.

Seguindo determinação nacional, o banco realiza atendimento com restrição. O gerente local, Marcelo Sigarini, informou ao Diário Corumbaense, que as ações ocorrem em todas as agências do país. Entre as restrições está a norma de que os assentos dentro do banco, devem ser ocupados em até 50%, mantendo distância de um metro entre uma pessoa e outra.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Com máscaras e luvas, funcionários orienta clientes

Em relação aos caixas eletrônicos, apenas uma pessoa por vez pode realizar transações nos terminais. Com máscaras e luvas, funcionários fazem o controle de entrada e saída, repassam informações, mas não conseguem evitar a aglomeração de pessoas nas filas do lado de fora da agência.  

O próprio gerente foi até às pessoas para pedir que só permaneçam aquelas que precisam de serviços que só podem ser feitos presencialmente. Demais transações podem ser feitas pela internet, aplicativos e em casas lotéricas, para evitar longas filas, já que decreto municipal proíbe aglomerações com mais de 100 pessoas em Corumbá.

Dona Zélia da Silva, que estava acompanhada do marido, também idoso, disse que se assustou com a fila, mas que precisava ser atendida dentro do banco.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Dona Zélia disse que ficou assustada com tanta gente, mas tinha que vir fazer a transação bancária junto com o marido

“Vim com meu esposo para ver a senha do cartão dele. Precisamos fazer isso. Fiquei um pouco assustada, sabemos do risco, porém foi preciso”, contou a idosa, que estava com uma toalha na boca. “Trouxe essa toalha para me proteger. Só Deus para nos ajudar”, completou.

Já dona Maria das Graças, de 70 anos, já havia sido atendida e não conseguiu sacar dinheiro. Por conta do que viu, resolveu ir embora e voltar outro dia. 

“Quando cheguei, assustei com a fila. Rapidamente fui procurando e emprestei álcool em gel de uma moça e passei nas mãos lá dentro da agência. Não consegui fazer o que precisava, mas como não estou com urgência, repensei e vou voltar quando essa situação se acalmar. Todos nós temos que nos proteger, ainda não quero morrer”, disse dona Maria a este Diário.

Fenaban

Para discutir medidas no setor bancário destinadas a amenizar os efeitos negativos da pandemia identificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Federação Nacional dos Bancos se reuniu, esta semana, com as 236 entidades sindicais que representam os cerca de 450 mil bancários de todo o Brasil.

Pela primeira vez, uma reunião com essa dimensão, entre representantes dos bancos e de bancários, foi realizada por meios remotos, em respeito ao esforço para evitar aglomerações propícias à disseminação do coronavírus nesta crise mundial de saúde.

Em relação à possibilidade de fechamento das agências ou redução do horário de atendimento, o setor segue procedimentos previstos na legislação bem como práticas internacionais, em que os bancos foram considerados atividades essenciais, como saúde e segurança, e não tiveram seu funcionamento interrompido.

Em atenção ao público de maior risco, os bancos poderão reorganizar os atendimentos internos ou mesmo escalonar o atendimento.

Com relação ao escalonamento do atendimento dos clientes nas agências, ficou acertado que os bancos poderão analisar caso a caso, com base no fluxo de pessoas e nas características do posto de atendimento. O objetivo da medida é evitar colocar os consumidores em risco ao restringir seu acesso às agências.

Medidas em vigor

Milhares de bancários já estão trabalhando em esquema de home office; os bancos dividiram as equipes que ainda estão atuando presencialmente e definiram locais de trabalho diferenciado para cada grupo de forma a reduzir o número de profissionais concentrados ao mesmo tempo nos locais de trabalho; foram indicados canais para notificação de casos entre os funcionários dos bancos; foram criados novos protocolos de limpeza das agências e as equipes encarregadas da tarefa foram orientadas a intensificar a higienização, especialmente dos locais com maior contato das pessoas, como maçanetas, balcões, botões de elevadores e superfície dos caixas eletrônicos.

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