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Menino que perdeu a perna em atropelamento é transferido para a Capital e mãe acredita em recomeço

Leonardo Cabral em 04 de Fevereiro de 2020

Foto cedida ao Diário Corumbaense

Marcos teve que amputar a perna direita após ser atropelado por um ônibus

“Escutar da boca do filho que ele não quer mais viver, que ele nunca mais vai poder jogar bola, correr, que quer uma faca para se matar e ainda te fazer uma pergunta no qual não se tem resposta, como: 'mãe, quando a minha perninha vai crescer?', é uma das piores dores que uma mãe pode ter. É sentimento de tristeza”. Esse foi o desabafo de Naira Helena da Silva Miranda, em relação ao filho, Marcos Wellyton da Silva Oliveira, de sete anos de idade, que teve a perna amputada após ter sido atropelado por um ônibus da concessionária de transporte coletivo, no dia 14 de janeiro, em Corumbá.

Desde então, a família busca recursos para dar continuidade ao tratamento de Marcos. Ele foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande, no último dia 29, depois de ficar internado na Santa Casa de Corumbá.

O caso

Tudo começou com uma brincadeira de criança, que acabou se transformando em um grande pesadelo para a família de Naira. Marcos, infelizmente, entrou para as estatísticas de vítimas de acidentes de trânsito em Corumbá. “Ele estava brincando na casa da vizinha com o amigo e os irmãos, como sempre faziam. Jogavam futebol, quando em um determinado momento, a bola escapou deles e foi para a rua e ele, na inocência de qualquer criança saiu correndo para pegar, quando foi atropelado pelo ônibus que passou com as duas rodas por cima das pernas dele”, relembrou Naira ao Diário Corumbaense.

A mãe estava sentada conversando com um amigo, quando juntos escutaram um barulho. “Neste momento, só escutei a minha vizinha gritando 'Bizuco', apelido do Marcos, e, eu, automaticamente levantei e já comecei a ficar trêmula. Saí correndo para ver e foi então, vi o meu filho caído no asfalto cheio de sangue e com o osso de uma das pernas para fora. Foi uma das piores cenas que vi em toda a minha vida. Até hoje me pergunto por que não fui eu? Por que teve que ser com ele?”, contou.

No desespero, vizinhos ajudaram a levar Marcos para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que fica a cerca de uma quadra do local do acidente. Segundo a mãe, lá ele recebeu os primeiros socorros, mas devido à gravidade do caso, teve que ser levado às pressas para a Santa Casa.

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

A mãe, Naira Helena disse que família busca ajuda para se manter na Capital até o fim do tratamento

Depois de ser atendido, Marcos passou por alguns exames até que se chegasse à conclusão de que a perna direita teria que ser amputada. “Depois do acidente e de ver meu filho no estado que ficou no asfalto, essa foi uma das piores notícias que recebi em toda a minha vida”, disse Naira.

“Nos inteiramos da situação e o médico ainda fazia alguns exames para reverter o quadro, até mesmo agulhas de seringa foram utilizadas para ver se ele sentia as pernas, mas não correspondia. Foi então que o médico falou que ele teria que amputar uma das pernas, porém se houvesse a mínima chance dele reverter o caso, ele o faria, mas infelizmente não foi possível e meu filho teve que tirar uma das perninhas. Foram duas horas de espera e muita angústia. Já passei por tanta coisa na vida, mas essas foram as duas piores horas que vivi”, mencionou emocionada Naira, que após a cirurgia teve que demonstrar muita força diante do filho.

“Ele saiu sedado, mas ao passar o efeito e acordar, ele entrou em desespero que nem eu pude acalmá-lo. Ele só perguntava da perna dele. Foi e está sendo muito difícil”, completou frisando que mesmo com toda a turbulência que está passando sempre conversa com o filho. “Digo pra ele que é um recomeço. Ele nasceu outra vez e vamos juntos viver, recomeçar.”   

Doações e concessionária

Apesar de tantas dificuldades enfrentadas, a mãe de Marcos, disse que a empresa concessionária disponibilizou uma representante, para estar em contato com a família e, que no início, deu assistência ao filho, como o transporte para ir e voltar do hospital. Para outros pedidos, ela contou que não obteve mais resposta.

Foto cedida ao Diário Corumbaense

Marcos além do tablet, ventilador, ganhou cadeira de rodas

“Sei que isso foi uma fatalidade, mas quando o Marcos estava no CTI e foi para o quarto, perguntei se a empresa poderia conseguir uma TV e um ventilador, pois o quarto no qual ele estava, não tinha. Mas não obtive resposta. Depois, de algumas semanas internado, o médico me chamou e disse para que eu providenciasse um colchão de ar, pois meu filho estava se ferindo e o colchão de ar era uma das soluções. Novamente entrei em contato com a empresa, e em resposta, a representante disse que auxiliaria no requerimento do seguro DPVAT e que nessa questão, não poderia ajudar”, contou Naira, afirmando ainda que a TV, ventilador e algumas coisas, como alimentação, uma cadeira de rodas e até um tablet para a criança se distrair, conseguiu através de doações de amigos. A empresa concessionária, além do transporte, apenas disponibilizou duas bandejas de iogurte, toalhas, um pacote de fraldas e algumas frutas.

Com a transferência do filho, Naira também foi para a Capital acompanhar Marcos e o último contato com a empresa foi no dia 31 de janeiro. “Eles disseram que poderiam me ajudar doando o colchão de ar, mas com a transferência dele, nada foi entregue até o momento. Pedi para ver quais as possibilidade deles me ajudarem aqui em Campo Grande, pois estou na casa de familiares e como fica longe da Santa Casa, tem gasto com transporte, alimentação, entre outras necessidades que o Marcos precisa. As fraldas que ele está usando estão acabando”, falou a mãe.

O Diário Corumbaense entrou em contato com o gerente da Viação Cidade Corumbá, Youssef Younes, que lamentou o acidente. “Sobre o acidente, temos evidências, imagens e testemunhas, que o menino saiu correndo atrás da bola e infelizmente ocorreu o atropelamento. O ônibus estava trafegando normalmente pela via entre 23 ou 25 quilômetros por hora, o que era bem abaixo do limite da própria via, mas o garoto saiu correndo e essa fatalidade ocorreu”, disse Youssef.

O gerente da empresa se comprometeu a doar o colchão de ar para o garoto. “Ou eu levo pessoalmente ou um representante irá levar. Mas o colchão será dado ao Marcos. Vamos continuar com essa ajuda humanitária e fazer o que está ao nosso alcance, dentro de uma base razoável”, afirmou.

Quem puder ajudar

Segundo Naira, o filho necessita além do colchão de ar, de uma muleta e fraldas. Além disso, doações em dinheiro também são aceitas para a compra desses materiais e de medicamentos e a própria alimentação do Marcos.

Em Campo Grande, o menino vai passar por outra cirurgia e fará vários exames. A família não sabe dizer quanto tempo ele terá que ficar na Capital, porém, pede ajuda para suprir algumas necessidades. Além de Marcos, Naira Helena tem mais dois filhos.

Quem quiser ajudar, doando qualquer valor, pode fazer o depósito em uma conta na Caixa Econômica Federal em nome de Naira Helena da Silva Miranda:

Agência: 1568

Operação: 023

Conta : 00017885-4 (conta fácil)

CPF: 056 029 601- 04

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