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Quadrilha gastou R$ 1 milhão em “plano de ataque” a banco, diz Polícia

Fonte: Campo Grande News em 23 de Dezembro de 2019

Divulgação/Polícia Civil

Parte da quadrilha foi apresentada no domingo; dois foram mortos

A quadrilha que planejava roubar unidade do Banco do Brasil em Campo Grande já havia gastado R$ 1 milhão na operacionalização do esquema, segundo as apurações iniciais da Garras (Delegacia de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros). O montante foi usado para pagar o aluguel da casa de onde partiu o túnel que já chegava quase debaixo do cofre da agência e de outros imóveis de apoio, as contas de água e luz, a alimentação e o pagamento dos operários para cavar o acesso subterrâneo.

O corredor debaixo da terra, que já tinha cerca de 70 metros de comprimento, começou a ser cavado de uma edícula nos fundos da residência na rua Minas Gerais, próxima à agência que funciona na Avenida Presidente Castelo Branco, na região do Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande.

Na parte da frente deste imóvel ficavam cômodos que eram usados como alojamento e cozinha para os “trabalhadores”. Pelo menos outros cinco casas foram alugadas na cidade para abrigar os integrantes do bando.

Henrique Kawaminami/CG News

Casa na Rua Minas Gerais, no Bairro Coronel Antonino, era base da quadrilha

Os homens que trabalhavam na escavação – a polícia ainda não divulgou exatamente quantos –, recebiam R$ 2 mil por semana pelo trabalho. Há pelo menos 25 pessoas envolvidas no esquema.

A ideia da quadrilha era não usar explosivos. Por isso, “no braço” e ajuda de um macaco hidráulico, os operários cavavam 2 metros de túnel por dia. Foram encontrados cerca de 100 metros cúbicos de terra ensacada na base da organização criminosa.

O túnel foi cavado a 6 metros de profundidade e era equipado com ventiladores, iluminação e interfone para que quem estava na casa se comunicasse com quem estava debaixo da terra.

Mínimos detalhes

Quem participou da investigação destaca o nível de detalhes com que o grupo planejou o crime. A casa da Rua Minas Gerais foi alugada em maio com contrato de 1 ano e os bandidos usaram documentos falsos para fazer a ligação da água e da luz.

No local, policiais encontraram um freezer cheio de água mineral. Os rótulos foram arrancados, na opinião dos investigadores, uma tentativa de evitar o rastreamento da compra e posterior identificação de quem comprou as garrafinhas.

Foram encontrados bloqueadores de celular na residência. A polícia acredita que os equipamentos seriam usados para bloquear o sinal dos chips contidos nos malotes que o grupo pretendia roubar.

Henrique Kawaminami/Campo Grande News

Estruturado com madeira, túnel tinha iluminação, ventilação e interfone

Mais da investigação

Para a polícia, o dinheiro levantado para o assalto é produto de outros furtos e roubos. Morto durante a Operação Hórus, desencadeada na madrugada de domingo (22), José William Nunes Pereira da Silva, 48 anos, natural de Caxias (MA), foi preso em novembro de 1998, acusado de participar de roubo a uma agência da Caixa na Rua Augusta, em São Paulo, no dia 17 de outubro daquele ano.

Foram roubados R$ 6 milhões em joias de 5 mil clientes. José foi preso na zona norte da capital paulista. Na casa dele, os policiais encontraram três walkies-talkies, revólver calibre 32 e montante de joia.

A quadrilha era monitorada há 6 meses e aos poucos, a polícia divulga detalhes sobre o assalto planejado para a Capital. O bando, segundo a polícia, tinha integrantes do Nordeste e São Paulo, alguns deles, como José William, são classificados como especialistas em roubos a bancos.

Nada sobre quando seria o roubo e o quanto o grupo pretendia roubar foi divulgado. Os investigadores dizem apenas que a expectativa dos bandidos era conseguir cifra milionária, mas não informam se em dinheiro vivo, joias, ouro ou cheque, por orientação do banco.

A agência em questão é a central que atende Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, responsável pela operacionalização de todas as transações bancárias dos dois Estados.