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Na final da Libertadores, corumbaenses dizem viver momento histórico em Lima

Leonardo Cabral em 22 de Novembro de 2019

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Luiz Arruda Mavignier disse que momento é histórico e espera celebrar com grande vitória do Flamengo

Torcedores dos quatro cantos do Brasil vão marcar presença na grande final da Taça Libertadores da América, que acontece neste sábado, 23 de novembro, em Lima, no Peru, às 17h (horário de Brasília). O palco para o duelo entre Flamengo e River Plate é o  Estádio Monumental de Lima. Corumbaenses estão  na torcida do time rubro-negro, considerado o clube de futebol com maior número de torcedores no mundo, cerca de 40 milhões, de acordo com a Fifa (Federação Internacional de Futebol).

Com grande expectativa, o médico veterinário, Luiz Arruda Mavignier Neto, está em Lima para acompanhar a partida do time do coração. Luiz contou ao Diário Corumbaense que foram meses de planejamento e também de muitos imprevistos, já que antes o jogo seria no Chile, mas devido aos protestos naquele país, a partida foi transferida para o Peru. Ele também não contava que além do Chile, a Bolívia, opção de caminho mais curto e barato se comparado com os preços aéreos com saída do Brasil, também teria crise política.

“Os protestos na Bolívia aumentaram e a nossa fronteira fechou, e como alguns pontos de bloqueio também estavam situados na Bioceânica, impedindo o tráfego de ônibus até Santa Cruz de La Sierra, cidade de onde saí com destino ao Peru, fiquei muito apreensivo. Foram 21 dias de angústia até sabermos da reabertura da rodovia e deu tudo certo", contou Luiz.

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Torcedor ficou apreensivo enquanto a fronteira esteve fechada

Ele ainda revela que até em um “plano B”, havia pensado. Caso a fronteira permanecesse fechada, ele já estava vendo passagens de Campo Grande a Santa Cruz de La Sierra. “Eu acompanhava os noticiários todos os dias. Até mesmo cogitei em comprar essa rota, saindo do Brasil, claro que o bolso iria pesar, mas estava decidido estar aqui em Lima para acompanhar essa histórica final. Graças a Deus não foi preciso ir até a Capital e consegui sair de Corumbá, até Puerto Quijarro e depois para Santa Cruz, de onde segui para Lima. Mas, no caminho, Luiz ainda teve que enfrentar bloqueio próximo a Santa Cruz. “Saí no dia 19 e chegando em Santa Cruz soube que ali próximo havia um bloqueio, fiquei apreensivo, porém o motorista pegou um caminho alternativo, fiquei com medo, mas deu tudo certo”, completou.

“O Flamengo pra mim é muito importante. Algo inexplicável. Me considero um torcedor fanático, para se ter uma ideia fico doente quando o time perde, sempre acompanho todos os jogos. Eu já vi o Flamengo ser campeão Brasileiro, mas última vez que foi campeão da Taça Libertadores, em 1981, eu nem tinha nascido. Por isso estou aproveitando essa oportunidade para torcer para o time do meu coração. A única frustração que tenho é de não estar com meus amigos que sempre estão ao meu lado, mas eu estarei representando todos. É um momento histórico e só quem é flamenguista sabe o que é viver isso”, afirmou Luiz que também fez questão de agradecer a compreensão da noiva, que conforme ele, no começo não concordava com a viagem, mas depois com o tempo entendeu o que o momento representava em sua vida.  

Já o militar da Marinha do Brasil, Luiz Carlos de Lima Vergasta, que também está em Lima, disse a este Diário que a cidade peruana respira a final da Copa Libertadores, mas relembra a tensão que passou dias antes da viagem, por conta dos protestos na Bolívia, já que sua pretensão seria sair da fronteira de Corumbá, com Puerto Quijarro, fazendo a rota Santa Cruz de La Sierra até chegar em Lima.

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Já em Lima, o militar Luiz Carlos (segundo à direita) se diz ansioso e confiante

“As manifestações na Bolívia me preocuparam e para não correr risco, resolvi sair daqui mesmo do Brasil. A viagem deu uma esticada, mas para ver meu Flamengo vale de tudo. A minha viagem começou com o trecho rodoviário de Corumbá para Campo Grande. Logo em seguida peguei o voo para São Paulo e de lá, direto para Santa Cruz de La Sierra. No voo de São Paulo para Santa Cruz tinham cerca de 20 torcedores que também tinham destino final Lima. Já comecei a me sentir em casa. Posso dizer que estou vivendo um momento histórico em minha vida”, descreveu Luiz Carlos.

Ele relembra que chegou em Santa Cruz logo após o meio-dia e sairia de lá às 04h50 do dia seguinte. “Pelo horário resolvi dar uma andada pela cidade boliviana e ao passar pelo shopping vi que tinham mais torcedores do Flamengo indo à Lima e também vi os primeiros torcedores do River Plate. Na madrugada de quarta-feira embarquei de Santa Cruz rumo a Lima. O voo tinha cerca de 30 flamenguistas e uns 10 do River Plate. A emoção já foi tomando conta, pois mesmo antes de o avião pousar, os torcedores tanto do Flamengo como do nosso adversário cantavam.”

Foto enviada ao Diário Corumbaense

“Se vê em toda esquina um torcedor do Flamengo e em alguns lugares torcedores do River. Tem um clima de rivalidade entre as torcidas, mas sem violência, num clima de paz. Agora é esperarmos até sábado, para que, se Deus quiser, levantarmos essa Taça e voltarmos ao Brasil para uma grande festa. Pra mim, é um momento muito marcante”, finalizou o militar.

Flamengo e River na competição

Campeão em 1981, o Flamengo tem pouca história na Libertadores. O título da equipe de Zico e companhia é o único até o momento do clube, que também chegou à final só aquela vez. Ao todo, o Rubro-Negro soma 15 participações na competição - serão 16 no ano que vem, já que está garantido através do Campeonato Brasileiro.

O River é o quarto clube com o maior número de títulos da Libertadores: 4 (1986, 1996, 2015 e 2018). Além disso, disputou outras duas finais, mas foi derrotado por Peñarol (1966) e Cruzeiro (1976). No ranking de participações na competição, está em quinto com 35. Perde apenas para Nacional, Peñarol (ambos com 47), Olimpia (41) e Cerro Porteño (40).

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