Rosana Nunes com Campo Grande News em 26 de Setembro de 2019
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense Investigador foi preso junto com delegado no dia 29 de março
O investigador foi detido pela primeira vez em março desde ano, durante a operação que prendeu o delegado, mas foi liberado ao pagar fiança. Em maio, no entanto, voltou para o presídio acusado de ajudar Fernando a atrapalhar as investigações do assassinato.
Reintegrado, Emanoel Contis não volta para a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá. A Portaria "P" DGPC/MS Nº 577, de 25 de setembro de 2019, assinada pelo delegado-geral da PC Marcelo Vargas Lopes, determinou a remoção do investigador para a 1ª DP de Coxim. Ele tem prazo de dez dias para se apresentar na nova unidade. A portaria foi publicada na edição desta quinta-feira (26) do Diário Oficial do Estado.
O crime
Segundo as investigações, o delegado esfaqueou e matou a tiros Alfredo Rangel no dia 23 de fevereiro. A desavença entre os dois começou durante as eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia. O sogro de Fernando, Asis Aguilera Petzold (o atual prefeito da cidade de El Carmen), concorria ao cargo.
Durante uma briga, o delegado teria dado três facadas no boliviano. Alfredo foi socorrido e seria transferido para o hospital de Corumbá, mas já em território sul-mato-grossense, a ambulância em que estava foi fechada por uma caminhonete preta.
O motorista desse veículo desceu, abriu a porta da viatura de resgate e atirou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça da vítima, um deles o tórax. Sem ter o que fazer, o motorista voltou com o corpo para o país vizinho.
No decorrer das apurações, a Polícia Civil conseguiu interceptar conversas entre Fernando e Emmanuel. Nas mensagens o delegado pede opinião sobre mudanças feitas na caminhonete usada no crime, pede para o investigador levar a arma para uma terceira pessoa na Bolívia e ainda combina maneiras de atrapalhar as investigações sobre o assassinato.
Além de ameaçar testemunhas do crime, a dupla trabalhou na criação e divulgação de montagens com fotos de várias pessoas e os dizeres “Os assassinos de Ganso”, apelido da vítima. A intenção era "culpar" outras pessoas e desviar o foco do delegado.
As conversas entre o investigador e Fernando trouxeram até ameaças aos policiais da DEH (Delegacia de Repressão aos Crimes de Homicídio) e da Corregedoria da Policia Civil, que foram a Corumbá para investigar o caso. Nas mensagens Emmanuel sugere "metralhar" o hotel em que os investigadores estavam hospedados e também a 1ª Delegacia de Polícia da cidade.
O delegado Fernando Araújo continua preso no Presídio Militar de Campo Grande e acompanha as audiências do processo por videoconferência.
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