PUBLICIDADE

Homem morto em confronto com a Polícia manteve mulher dois meses em cárcere privado

Leonardo Cabral em 06 de Agosto de 2019

Cléber Gellio/Campo Grande News

Celso Maldonado foi socorrido com vida, levado ao hospital, mas não resistiu e morreu

Celso Maldonado de Freitas, de 36 anos, que morreu durante troca de tiros em ação das Polícias Civil e Militar de Corumbá, manteve por exatos dois meses, uma mulher de 30 anos, em cárcere privado em um quarto de hotel, localizado na região central de Ladário. É o que informou ao Diário Corumbaense, o delegado titular da DP ladarense, Luca Venditto Basso.

Conforme o delegado, Celso Maldonado tinha inúmeras passagens pela polícia e a informação de que a mulher estava sendo mantida em cárcere privado, foi repassada pela Polícia Militar, que pediu apoio à Polícia Civil. Depois de algumas horas, a pousada e o número do quarto foram identificados e a ação policial foi deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (06).

“Como tínhamos conhecimento de que o autor sempre chegava pela madrugada, deixamos para deflagrar a ação em conjunto pela manhã. Fomos até o local e a princípio conseguimos resgatar a mulher, que foi retirada imediatamente do quarto da pousada, porém, Celso Maldonado, como estava portando uma arma de fogo, disparou em direção aos policiais, que revidaram e ele foi atingido. Ainda com vida, ele foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e veio a óbito”, explicou o delegado.

Ainda conforme Luca Venditto, no momento em que foi retirada do quarto da pousada, a mulher afirmou que estava sendo mantida em cárcere privado pelo autor e que sofria agressões psicológicas, físicas e sexuais constantemente.

Em depoimento, ela informou que mantinha um relacionamento há aproximadamente um ano com Celso e que nos três primeiros meses, ele apresentou comportamento normal, depois foi ficando violento e no dia 06 de junho, eles vieram para aquela pousada, onde ela era mantida trancada sem ter contato com ninguém.

Em algumas ocasiões, ela contou que era obrigada a manter relações sexuais à força e até mesmo era agredida por ele, sob ameaça de morte não só à ela, como aos filhos que tem. Celso ainda teria confessado à ela que matou um dos ex-maridos dela e ainda vivia falando que se ficasse frente a frente com a Polícia, ele poderia até ser morto, mas levaria um policial com ele. A mulher apresentava algumas cicatrizes pelo corpo provavelmente causadas pelas agressões que sofria.  

O delegado ainda frisou que Celso estava hospedado na pousada com nome falso e que ele tinha um mandado de prisão em aberto com pena de 36 anos de prisão, por homicídio, latrocínio, roubo, entre outros. 

Bandido perigoso

Alguns familiares do indivíduo informaram a este Diário que Celso Maldonado morava em Campo Grande e raramente mantinha contato com a família quando vinha até Corumbá.

Em 2013, o site Campo Grande News publicou que Celso simulou a compra da fazenda de um ex-deputado estadual, no valor de R$ 4,025 milhões, e foi preso novamente pela Polícia. Nessa época, ele já tinha 36 anos de condenação e quatro mandados de prisão em aberto.

Anterior ao golpe ao ex-deputado, no qual estava prestes a entregar a sua propriedade rural e uma caminhonete avaliada em R$ 120 mil, o golpista cometeu um assassinato e era integrante de uma violenta quadrilha de roubo a caminhonetes em Corumbá. Somente do homicídio, a polícia constatou que ele tinha 19 anos de condenação.

Este ano, no dia 07 de julho, ele também foi acusado de roubar o carro de uma advogada de 53 anos, que viveu momentos de muito pavor.