Leonardo Cabral em 13 de Junho de 2019
Fé, devoção e muito agradecimento. Assim, a comunidade de Santo Antônio de Pádua, localizada no bairro Universitário, em Corumbá, celebrou na manhã desta quinta-feira (13) o dia do santo conhecido como “casamenteiro” nas tradições católicas
Dando início às homenagens a Santo Antônio, com a tradicional missa, celebrada por Dom Martinez Alvarez, bispo emérito, os fiéis lotaram a capela. Muitos estavam ali para pedir bênçãos e também agradecer pelos pedidos alcançados.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Silvia traz todos os anos a imagem do santo para a missa
O bispo emérito, Dom Martinez Alvarez, explicou que Santo Antônio é o modelo do evangelho. “Santo Antônio é um dos santos mais populares da igreja católica pela sua dedicação e pregação no reino de Deus. De maneira particular, ele é modelo de dedicação e atenção aos pobres, por isso, para nós, neste dia, Santo Antônio é modelo que deve ser anunciador do evangelho vivendo a caridade. Sem viver a caridade não há o anúncio do evangelho”, explicou ao Diário Corumbaense o bispo emérito.
Tradicional café da manhã e bolo para casar
Entre as homenagens a Santo Antônio, está o tradicional café da manhã, servido após a missa, juntamente com os “pãezinhos de Santo Antônio” e também a venda do bolo, que remete à tradição das alianças que ficam escondidas em metros de massas de bolo que são ofertados para os fiéis.
Neste ano, a comunidade preparou seis bolos com mais de 1,5 metro de largura cada, com par de aliança em cada um deles. Além disso, as famosas medalhinhas de Santo Antônio também são encontradas nos bolos.
Devota há mais de 15 anos do santo e participando da festa em Corumbá há 10 anos, a devota Telma Regina Toledo, que faz doação dos bolos, feitos por ela mesmo, se diz realizada e abençoada pelas graças alcançadas.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Telma é responsável pelos bolos que ela mesmo faz e também são doados
Ela ainda ressaltou que a pessoa que encontrar a aliança de ouro, diz a tradição que é a próxima a subir ao altar. “Em todos os bolos que são feitos para esse dia, tem alianças que representam o símbolo da união. Por isso peço que quem encontrar fique com ela, faça um anel, mesmo não casando, mas que não venda, pois tudo que temos aqui foi benzido pelo padre e tem a graça de Santo Antônio”, completou Telma ressaltando que todo o dinheiro arrecadado com a venda de bolo é revertido para a própria comunidade.
Primeira da fila, a devota de 82 anos, Norma Brites de Arruda, levantou cedo, foi à missa, fez suas orações e sem perder tempo, comprou cinco pedaços de bolo. “Todos os anos venho e participo da festa. Peço saúde e proteção sempre para Santo Antônio que vem nos abençoando. Quem faz o bolo tem mãos de fada. É uma delicia”, falou dona Norma que estampa sorriso largo de agradecimento por tudo que Santo Antônio fez em sua vida. “Ele é meu e nosso protetor”, ressaltou.
Não diferente, Vitória Gonçalves, que participa das homenagens há dois anos na comunidade, esperou o fim da missa e foi logo garantir seu lugar na fila do café da manhã. “Vim com a minha filha e netos, que desde pequenos já aprendem a celebrar Santo Antônio”, frisou.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Café da manhã é repartido após a missa para os devotos
“Aqui todos nós somos famílias. A festa começa a ser organizada entre dois e três meses até o dia 13 de junho. Tudo é feito com carinho e amor para os devotos que aguardam ansiosamente os kits com bolos, salgados, pão e frutas, que conseguimos através de doações e também com o apoio da própria comunidade da igreja. Alguns chegam 05h e 06h, e, desde então, tudo é preparado para receber os devotos que todos os anos comparecem para celebrar Santo Antônio, que para mim, representa tudo em minha vida. Recentemente me agarrei na fé dele e consegui vencer um problema de saúde. Só tenho a agradecer a Santo Antônio”, afirmou Artemisia.
Não é só casamenteiro
No Brasil, Santo Antônio é conhecido por ser o santo casamenteiro, porém também está relacionado por ser protetor do estudante e da saúde. Já ao redor do mundo, ele é considerado padroeiro de muitas profissões e pessoas: pescadores, grávidas, marinheiros, viajantes, agricultores, idosos entre outros.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Missa em homenagem a Santo Antônio reuniu devotos na igreja que leva o nome do santo
O Santo
Figura religiosa mais popular no Brasil, por conta de uma característica interessante. Na tradição, ele é o “santo casamenteiro”, que, segundo a crença, dá uma forcinha na união de pessoas a partir de simpatias e de uma devoção muito presente, Santo Antônio (ou Santo Antônio de Pádua) na verdade nasceu com o nome de Fernando.
Foi batizado na cidade de Lisboa, em Portugal, no dia 15 de agosto de algum ano entre 1191 e 1195. Anos depois, tornou-se Franciscano e pregou em Portugal, na Itália e na França. Ele morreu em 13 de junho de 1231 – data que deu origem ao Dia de Santo Antônio.
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